Sociedade | 03-07-2022 12:00

Criança de três anos vivia com mãe e avó em condições degradantes em S. João dos Montes

Família ocupou ilegalmente casa em São João dos Montes onde viviam em condições indignas com criança de três anos. fotoDR

As duas mulheres ocuparam ilegalmente uma casa devoluta em São João dos Montes, Alhandra, e a forma insalubre como viviam foi descoberta pelas autoridades quando formalizaram o despejo. Havia lixo e um cheiro intenso a porcaria por toda a casa, contaram os intervenientes.

Uma criança de três anos foi encontrada a viver com a mãe e a avó numa casa sem condições de higiene em São João dos Montes, Alhandra, e o caso chocou a comunidade e as autoridades. A família ocupou a habitação de forma ilegal há quase dois anos sem pagar renda. A dona do imóvel recorreu à justiça para reaver o seu património e a operação policial de desocupação da casa teve lugar na manhã de 22 de Junho depois das autoridades judiciais terem obtido a garantia que os ocupantes seriam realojados em casa de familiares no vizinho concelho de Loures.
A mãe da criança, com cerca de 20 anos, não tem ocupação profissional conhecida. O que os agentes da autoridade encontraram quando cumpriram o mandado judicial e arrombaram a porta da habitação deixou-os em choque. “Um cheiro intenso a porcaria por toda a casa, sem higiene em todos os espaços, lixo no interior e o bacio da criança com porcaria a transbordar”, relata fonte judicial que acompanhou o caso a O MIRANTE. Alguns membros da comitiva chegaram a sentir-se mal com o cheiro e tiveram de sair da casa. No interior quase não havia comida e a insalubridade ficou patente em várias fotos tiradas pelas autoridades. A criança não tinha sinais de violência física mas aparentava estar mal nutrida. Os moradores reuniram os seus poucos pertences e saíram da habitação cumprindo o mandado judicial.
A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em risco (CPCJ) de Vila Franca de Xira diz que a situação não está sinalizada nem a ser acompanhada e que só o pode fazer depois de receber uma comunicação oficial das autoridades judiciais ou policiais, o que ainda pode vir a acontecer nos próximos dias já depois do fecho de edição deste jornal.

“Acompanhamento às famílias disfuncionais é, por vezes, muito precário”
A presidente da CPCJ de Vila Franca de Xira, Ana Matos, confirma que ocasionalmente os técnicos encontram crianças a viver em situações de risco em casas com pouca salubridade mas que essa já não é a problemática dominante no concelho mas sim a violência doméstica, sexual e saúde mental dos menores.
“Ainda existe um défice no domínio das competências domésticas e há muito que defendo que deveria existir na comunidade equipas específicas de técnicos que trabalhassem essas competências junto de algumas famílias. Coisas simples como saber fazer a higiene e limpeza dos espaços ou saber cozinhar uma sopa”, defende. O acompanhamento que é feito às famílias disfuncionais é, por vezes, muito precário e isso também poderá originar situações como esta, considera a responsável.

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