<strong>Dança contemporânea da Inestética descola em popularidade e importância</strong>
Director artístico da companhia sediada no Palácio do Sobralinho lamenta que a dança contemporânea ainda passe ao lado de uma grande franja da sociedade e por isso apresentou “invisível”: um ciclo para os artistas emergentes mostrarem a sua qualidade.
O ciclo de dança contemporânea promovido pela Inestética Companhia Teatral do Sobralinho está a ganhar cada vez mais público e importância e só para a última edição, que se realizou em Setembro, mais de uma centena de artistas apresentaram a sua candidatura.
Um sinal de que a procura por este tipo de dança está a aumentar e que o trabalho da associação começa a dar frutos. Alexandre Lyra Leite, director artístico da Inestética, lamenta que seja um estilo de dança ainda sem muita visibilidade no concelho mas que pretende criar oportunidades para a promoção do trabalho de artistas emergentes. É também, diz, uma forma de potenciar a cooperação entre artistas consagrados e os que estão a dar os seus primeiros passos em palco.
“É por isso que se chama ciclo de dança invisível, porque é uma forma de mostrar o trabalho relativamente invisível que está a ser feito ao nível da dança contemporânea em Portugal e juntar pessoas com mais experiência com pessoas que ainda estão no início do seu percurso”, refere a O MIRANTE.
A Inestética apresentou um ciclo de quatro espectáculos “com grande qualidade, surpreendentes e até experimentais”, que tinham como objectivo educar o público sobre a dança contemporânea. Uma dança que, lamenta o director artístico, “muitas vezes é olhada com algum receio”, lamenta.
Alexandre Lyra Leite explica a importância que este tipo de oportunidades e iniciativas têm para as pessoas que estão a iniciar as suas carreiras. “Temos recebido várias propostas do estrangeiro e nacionais. Temos tido cerca de uma centena de candidaturas de trabalhos de artistas interessados em participar no nosso ciclo, o que nos mostra o quão importante é para eles terem estes projectos”, afirma.
Entre 17 e 25 de Setembro a Inestética apresentou quatro espectáculos no Palácio do Sobralinho. A última performance do ciclo foi apresentado por Anna Chirescu e Catarina Pernão. A performance “Vaca” teve como principal objectivo levar o público a reflectir sobre a sua relação com os animais. “Quis trazer perguntas para a mente do público, sobre a nossa relação com os animais no seu geral, seja ela admiração, questionar o porquê de os comermos, como celebramos o animal e como a sociedade de hoje domina o animal ou como por vezes o animal nos domina a nós”, sublinha a coreógrafa, Anna Chirescu.
O programa desta edição contou com as apresentações dos espectáculos “Taranta – 1º Andamento Torta, Lenta, Partida, Suspensa” de Bruna Carvalho; “VADO: solo sobre as coisas vazias” de Beatriz Valentim e Pedro Souza; “Vaca” de Anna Chirescu e “Plants Dictionary” de Małgorzata Sus.