Sociedade | 01-08-2022 12:00

Desperdício alimentar custa em média 540 euros por ano a cada família

Suzana Pestana é formadora da DECO – Associação de Defesa do Consumidor – Santarém e foi a Samora Correia falar do quanto se desperdiça em alimentos por ano

Um milhão de toneladas de alimentos em bom estado vão parar ao lixo anualmente em Portugal. A maior parte do desperdício acontece nas nossas casas. A formadora da DECO de Santarém, Suzana Pestana foi a Samora Correia consciencializar para a importância de afastar do caixote do lixo comida que faz a diferença na carteira e no planeta.

Em Portugal desperdiça-se um milhão de toneladas de alimentos por ano, o que equivale a que cada pessoa seja responsável por 96,8 quilos de alimentos que vão parar ao caixote do lixo. Uma prática que traz consequências não só económicas como sociais e ambientais, e que é preciso combater através de campanhas de sensibilização e do empenho de cada um. Alerta fiu deixado por Suzana Pestana, da delegação da DECO de Santarém, durante o workshop “As sobras não são lixo”, realizado em parceria com a Câmara de Benavente, a 25 de Julho, no Palácio do Infantado, em Samora Correia.
“Em Portugal, por ano, uma família perde em média 540 euros com o desperdício de alimentos” devido a práticas como a falta de planeamento das refeições e na hora de ir às compras. É que não levar uma lista de compras feita atempadamente ou comprar determinado alimento – às vezes em quantidades exageradas – apenas para se aproveitar uma promoção são comportamentos errados mas recorrentes entre a população.
A maior parte do desperdício alimentar, adverte a formadora residente em Almeirim, dá-se precisamente nas nossas casas, onde vezes demais falta o cuidado de se cozinhar apenas a quantidade necessária, reaproveitar sobras para uma nova refeição, congelar refeições em doses individuais ou realizar a compostagem do que não consumimos. Vamos a exemplos: a casca da batata pode fritar-se, as sobras de batata ou legumes cozidos podem servir de base para uma sopa e a casca da banana e do ovo servem de adubo para as plantas. Basta, por isso, ter noção da nossa dose individual de responsabilidade para o consumo sustentável e, claro, uma pitada de criatividade.
“Pela nossa vida activa é normal que às vezes não seja tão fácil, mas o que se pretende é que haja um planeamento, uma estratégia para se conseguir não desperdiçar alimentos”, disse a O MIRANTE à margem da iniciativa, acrescentando que planeando se poupa tempo, dinheiro e recursos ao planeta.
Perante uma plateia curiosa e interventiva Suzana Pestana aproveitou para falar da importância de se incentivar ao consumo de produtos locais e sazonais em detrimento dos que percorrem milhares de quilómetros atravessando países e oceanos para chegar às prateleiras de supermercado.

Fruta feia nos supermercados e sobras no restaurante
O desperdício alimentar continua a ter grande expressão nos supermercados e na grande distribuição, embora haja cada vez mais estratégias para reduzir o impacto através de práticas como oferecer descontos nos produtos que estão perto de atingir o fim do prazo de validade. Para Suzana Pestana este tipo de empresas, tal como cada consumidor, tem a responsabilidade de adoptar medidas que reduzam a quantidade de alimentos desperdiçados, nomeadamente no que toca aos frutos e hortícolas que não se vendem devido à sua aparência menos apelativa.
Também os restaurantes deixam a sua marca negra no desperdício de alimentos. Mas, tal como nas nossas casas ou superfícies comerciais, destaca a formadora, deve primar-se pela regra do não desperdício. Para isso importa não pedir mais doses de comida do que aquelas que conseguimos ingerir ou pedir para levar para casa a comida que ficou por consumir.

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