A dona do canil ilegal em Caniceira, Vale de Cavalos, concelho de Chamusca, foi notificada pela Câmara da Chamusca para demolir as instalações que albergam perto de 80 cães. A autarquia deu um prazo de 60 dias para o efeito, conforme foi comunicado aos moradores que se tinham queixado. Mas a visada pode ainda recorrer da decisão administrativa. No entanto as autoridades, nomeadamente a autoridade de saúde, está empenhada em acabar com a situação até porque a considera de risco para a saúde pública.
A câmara já conhece o caso há anos e até agora não tem tomado qualquer medida. A autarquia só começou a agir pressionada pela visibilidade pública que o caso está a ter e pelo aumento da contestação por parte de moradores na zona do canil. A autarquia ordenou a demolição do espaço, que até está em Reserva Ecológica Nacional (REN), que impede construções, depois de o delegado de saúde da Chamusca, André Arraia Gomes, ter informado que o canil representa um perigo para a saúde.
André Arraia Gomes pretende uma solução no menor tempo possível apesar de considerar que a situação é complexa tendo em conta a necessidade de “albergar tão grande número de animais”. O delegado de saúde diz que, apesar do tempo que ainda pode demorar este vai decorrer “sem descurar o risco para a saúde pública ali presente”.
O presidente do município, Paulo Queimado, que não respondeu às perguntas que O MIRANTE fez por escrito sobre o que iria fazer para resolver a situação do canil, disse passados dias na reunião do executivo camarário, a 5 de Abril, que a câmara nunca pediu a Teresa Amaro para albergar qualquer cão em nome do município. O autarca referiu-se também às alegações da proprietária do canil que diz ter estabelecido vários contactos com a autarquia para licenciar o espaço garantindo que apenas houve um pedido de licenciamento que está caducado.
Teresa Amaro, 70 anos, ex-bancária, reside na Caniceira há cerca de duas décadas quando deixou Lisboa e fixou-se no concelho da Chamusca. A situação está a tornar-se insuportável para os vizinhos da propriedade, situada na Rua do Carvalhal, por causa dos maus cheiros, dos dejectos na rua e do barulho. A GNR levantou um auto de contra-ordenação por falta de licenciamento para hospedagem de animais de companhia.