Sociedade | 18-04-2022 15:00

Edição Semanal. Hospitais têm de estar mais próximos dos utentes

Cuidar, agir e avaliar devem ser os factores fundamentais para um bom atendimento hospitalar

Casimiro Ramos, presidente do conselho de administração do CHMT, salientou a importância da “proximidade” nos serviços de saúde. Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, revelou conhecer as “fragilidades de um utente”. As intervenções aconteceram no primeiro Simpósio Nacional das Comissões de Humanização Hospitalares.

Proximidade foi a palavra de ordem do primeiro Simpósio Nacional das Comissões de Humanização Hospitalares, que se realizou na quinta-feira, 7 de Abril, no Convento de Cristo, em Tomar. Casimiro Ramos, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), expressou, logo na abertura da sessão, a importância da criação de “uma cultura de humanização da saúde, de proximidade e profundo respeito” pelos doentes, nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O responsável destacou a presença de 21 comissões de humanização de hospitais de norte a sul do país que foram assinalar o Dia Mundial da Saúde, 7 de Abril.
Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, marcou presença na sessão de abertura e foi peremptória nas afirmações: “Apesar de não ser a minha área sei o que é a fragilidade de um utente”. Para dar resposta aos que ficam insatisfeitos com o tratamento dado em contexto hospitalar, Anabela Freitas deixa um recado: “Quanto mais trabalharmos a humanização melhor será a qualidade dos serviços”.
Para uma plateia com cerca de 80 pessoas, Filipe Almeida, médico pediatra no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, subscreveu as palavras dos primeiros dois oradores, reforçando que o primeiro passo de uma boa prestação de cuidados é apostar na comunicação e no relacionamento mais próximo. “O doente não despe a sua identidade à porta de um hospital” e, por essa razão, “saber como o doente quer ser chamado durante os cuidados de saúde é fundamental”, disse o clínico.
Além desta perspectiva, realçou a importância de transmitir informação esclarecida a todos os utentes. “Cuidar, agir e avaliar é a tríade que deve ser horizonte em todas as unidades hospitalares” vincou. Nas despedidas, Filipe Almeida partilhou um pensamento: “Sabemos sempre as causas da morte de um paciente, mas nunca como morreu, se sozinho ou acompanhado”.
No evento houve espaço para uma pausa para café, onde palestrantes e público se juntaram para debater ideias e estabelecer contactos. No regresso, o médico Luís d’Orey Manoel, do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, trouxe uma mensagem que visa construir laços: “Nas nossas relações de proximidade podemos fazer a diferença alargando a esfera de influência”. Reconheceu as dificuldades permanentes dos serviços de saúde e enumerou algumas a corrigir: “Temos de combater o ruído nos hospitais, rever as sinaléticas inadequadas e melhorar as temperaturas dos espaços interiores”. Por fim, lamentou que o programa “Compromisso para a Humanização Hospitalar – Por um SNS mais Humanizado”, assinado em 2019, “não tenha ainda obtido os resultados desejados”.

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