Sociedade | 17-07-2022 18:00

Edição Semanal. Moradores da Póvoa de Santa Iria contra acampamento cigano à porta

Depois das queixas dos moradores a junta colocou grades a impedir o estacionamento frente ao prédio situado junto ao mercado da Póvoa de Santa Iria

Família de feirantes do mercado pernoitava frente a um prédio, fazia as necessidades na rua e o barulho não deixava dormir quem ali habita. Administrador do condomínio fez queixa à junta que passou a vedar o espaço com vedações na véspera do mercado. A decisão não gera consensos no bairro.

O estacionamento em frente ao mercado semanal da Póvoa de Santa Iria, na Rua Caminho do Marquês, frente ao prédio ali existente, passou a ser vedado às quintas e sextas-feiras, para impedir que uma família de etnia cigana que vende no espaço pernoite no local.
Os moradores da zona, e em particular quem vive no edifício, vem há muito apresentando queixas devido à pernoita de cidadãos no local que faziam as necessidades no chão e encostados ao prédio, faziam barulho de noite e impediam o descanso dos moradores. A PSP chegou a ser chamada ao local mas nunca expulsou os feirantes do local. Na última assembleia de freguesia o administrador do prédio, Fernando Andrade, foi pedir soluções urgentes à presidente da junta de freguesia.
“Estes cidadãos portugueses não respeitam as regras da sociedade e eu próprio já os abordei no sentido de não fazerem ali um acampamento selvagem com as carrinhas de quinta para sexta-feira à porta do prédio. O que venho apelar é para que seja possível colocar grades em frente ao acesso à feira”, pediu. O morador criticou a falta de salubridade dos feirantes que deixavam restos de comida pelo chão, tomavam banho em baldes, nus, frente aos moradores e chegavam a dormitar na entrada do edifício. “Fomos aguentando porque as pessoas não querem confrontação mas chegámos a um ponto que não dá mais”, apelou.
A presidente da junta, Ana Cristina Pereira, disse desconhecer a situação e combinou com os moradores uma forma de resolver o problema, o que já se verificou na última quinta-feira, com a vedação do espaço para impedir o estacionamento. A situação mereceu queixas também de Pedro Bernardo, eleito do Chega, que criticou que até as crianças “andem nuas pelas ruas”.
No entanto, como O MIRANTE ouviu no local, a solução da junta de vedar o estacionamento aos feirantes não gerou consensos e há quem acuse a postura dos moradores e autarcas como sendo racista e discriminatória. “São pessoas como quaisquer outras e só estão a fazer isso por serem ciganos. Estão com medo de uma vez por semana terem meia dúzia de ciganos à sua porta? Não são criminosos, são pessoas”, critica Nuno Corte, outro morador da rua que diz não compreender as queixas. A vizinha, Paula Rodrigues, concorda. “Se fosse um outro cidadão a pernoitar ali antes da feira também se queixariam? Acho mal”, critica. O nosso jornal tentou encontrar os feirantes em causa mas tal não foi possível até à data de fecho desta edição.

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