Sociedade | 23-01-2022 21:00

Edição Semanal. Pandemia pôs a nu as fragilidades das IPSS

Edição Semanal. Pandemia pôs a nu as fragilidades das IPSS

Misericórdia de Pernes presenteou a ministra da Solidariedade com uma tapeçaria gigante representando a bandeira nacional e, à margem da cerimónia, o provedor da instituição retratou a O MIRANTE as dificuldades vividas neste tempo de pandemia.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pernes, Manuel Maia Frazão, diz que “a pandemia pôs a nu uma série de fragilidades” das entidades do sector social “que já se encontravam no limite”, admitindo que a situação financeira da instituição que dirige atravessa momentos difíceis. O dirigente refere que os valores transferidos pela Segurança Social, ao abrigo do pacto de cooperação existente, foram reduzindo durante o período pandémico, tendo sido restabelecidos apenas em Dezembro último.
Refira-se que a Segurança Social cobre 50% dos custos de cada utente da instituição, sendo a outra metade suportada pelo utente, mas o custo dos materiais de protecção individual, necessários para manter a segurança de utentes e colaboradores, é garantido pela instituição e tem sido bastante alto, o que coloca em causa a sustentabilidade do serviço prestado.
O provedor espera que, no futuro, as contas voltem a equilibrar para que a Santa Casa de Pernes continue a apoiar quem necessita porque, nas palavras de Manuel Maia Frazão, “todos precisam de um tecto, de um prato com comida, de uma cama e de um banho”. Deixa ainda um agradecimento ao Estado, que nunca deixou de apoiar a Santa Casa, e aos beneméritos. “A Santa Casa tem um conjunto de beneméritos que tem ajudado com bens que podemos usar na defesa da saúde dos nossos utentes e com bens que conseguimos rentabilizar para alavancar a sustentabilidade da instituição”, agradeceu.
O principal projecto da Santa Casa da Misericórdia de Pernes para 2022 é a conclusão da nova estrutura residencial para idosos, o Lar da Nossa Senhora da Purificação. Uma infra-estrutura a construir em duas fases e que albergará até 120 utentes tornando-se a maior do distrito.

Misericórdia oferece tapeçaria gigante à ministra da Solidariedade
As declarações de Manuel Maia Frazão a O MIRANTE foram feitas à margem da cerimónia de oferta, no dia 12 de Janeiro, de uma tapeçaria com 14 metros quadrados, com a imagem da bandeira nacional, à ministra da Solidariedade, do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho. O trabalho foi feito por utentes da instituição, no âmbito da quarta edição do projecto “Misericórdia de Pernes com Portugal neste Natal”, em que entrega uma tapeçaria representando a bandeira nacional a uma personalidade escolhida pela instituição.
A directora técnica da instituição, Alice Rodrigues, explica a O MIRANTE que a bandeira surgiu como um projecto que pudesse envolver toda a instituição. A tapeçaria, com 14 metros quadrados, que simbolizam as 14 obras espirituais e corporais das misericórdias, foi inspirada no trabalho de uma utente, que tricotava bolsas em lã para oferecer a utentes e colaboradores na época natalícia. Alice Rodrigues diz que a escolha da personalidade agraciada com a bandeira é feita por todos, enquanto a executam.
Fruto das várias restrições e medidas de segurança a bandeira entregue à ministra foi tricotada enquanto os utentes se encontravam em confinamento na instituição e Alice Rodrigues considera que esta é uma das mais especiais por ter sido um projecto que manteve os utentes ocupados e os ajudou a abstrair-se da pandemia e da solidão por não terem visitas regulares dos familiares.
Ana Mendes Godinho revelou-se emocionada com a oferta e disse que a bandeira vai ser exposta na entrada do Ministério da Solidariedade, do Trabalho e da Segurança Social, em Lisboa. A ministra deixou ainda um agradecimento aos trabalhadores da Misericórdia de Pernes pelo trabalho desenvolvido.
O provedor referiu que a tapeçaria representa o esforço de todos e que é uma honra tê-la exposta no ministério. Manuel Maia Frazão apontou os colaboradores como o principal pilar da instituição, especialmente em tempos de pandemia, lembrando que muitas vezes vêem o trabalho duplicar quando os colegas ficam em isolamento devido à Covid-19.

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