Sociedade | 02-04-2022 10:00

Edição Semanal. Saramago dá nome à Biblioteca da Golegã em ano de centenário

Biblioteca da Golegã passa a ter o nome de José Saramago, o primeiro Nobel da literatura portuguesa

Município decidiu atribuir o nome do Nobel da Literatura à biblioteca municipal no ano em que José Saramago comemoraria o seu centenário. Iniciativa pretende consolidar a presença cultural e literária do escritor natural da Azinhaga. Pilar del Rio e o escritor José Luís Peixoto estiveram na cerimónia.

No âmbito das comemorações do centenário de José Saramago, escritor que nasceu na Azinhaga a 16 de Novembro de 1922, a Câmara da Golegã, em parceria com a Fundação José Saramago, atribuiu o nome do Nobel da Literatura à biblioteca municipal. A cerimónia decorreu a 25 de Março e contou com a presença de Pilar del Rio, mulher de José Saramago e presidente da fundação, de Carlos Reis, comissário das comemorações do centenário de José Saramago, e do escritor José Luís Peixoto, vencedor do Prémio Literário José Saramago em 2001.
António Camilo, presidente do município, explica a O MIRANTE que a decisão de atribuir o nome de José Saramago à biblioteca é muito importante para a promoção do concelho e mais uma justa homenagem a uma das maiores referências culturais do mundo. O autarca refere que a nova estratégia turística para a Golegã vai privilegiar a realização de mais iniciativas relacionadas com a vida e a obra do autor. As actividades vão desenvolver-se na sede do concelho e na freguesia de Azinhaga, aldeia onde José Saramago viveu parte da infância e adolescência.
Uma das mais-valias da atribuição do nome à biblioteca municipal é que o espaço vai passar a integrar a Rede Nacional de Bibliotecas José Saramago, criada em 2019 e que contempla as bibliotecas municipais de Almada, Avis, Beja, Leiria, Loures, Odemira e uma do Politécnico de Leiria. A biblioteca da Golegã passa a estar referenciada noutros pontos do país e vai permitir trabalhar em conjunto para dinamizar actividades como conferências, exposições, entre outras.
“É inegável o contributo que José Saramago tem para o turismo no concelho, mas deve ser ainda mais potenciado. Tenho a certeza que esta acção simbólica vai trazer muitos benefícios para a Golegã”, diz António Camilo acrescentando que outros pontos de interesse como a Casa-Estúdio Carlos Relvas, o Museu da Máquina de Escrever ou a Reserva Natural do Paul do Boquilobo também vão ficar a ganhar.
António Camilo adiantou ainda que a autarquia está a desenvolver com o agrupamento de escolas do concelho e de concelhos vizinhos várias sessões de leitura para que os jovens tenham um conhecimento mais profundo da obra de Saramago. Uma das iniciativas já disponível na biblioteca é a exposição “Voltar aos passos que foram dados”, baseada numa frase que José Saramago escreveu no final do livro “Viagem a Portugal”, em que diz que “É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles”.
As comemorações do centenário de José Saramago, segundo explicou Vítor Guia, presidente da Junta de Azinhaga, terminam a 16 de Novembro com a plantação da centésima oliveira na Azinhaga.

O princípio de uma grande amizade

Pilar del Rio viveu mais de duas décadas com José Saramago e preside actualmente à fundação com o seu nome. Marcou presença na iniciativa tendo-se mostrado sempre sorridente e com a energia que a caracteriza. Preferiu não se alongar no discurso, destacando apenas esperar que esta iniciativa seja o princípio de “uma grande amizade” entre a câmara e a fundação. José Luís Peixoto também foi parco em palavras, no entanto, não hesitou em afirmar que “não há forma mais bonita de honrar o legado e homenagear José Saramago do que atribuir o seu nome à casa dos livros da Golegã”.

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