Sociedade | 08-06-2022 21:00

Edição Semanal. Violou e engravidou filha da amante sob violência psicológica

Através da pressão e violência psicológica um homem de Ferreira do Zêzere manteve relações sexuais com uma rapariga de 15 anos, filha da sua amante. A situação prolongou-se no tempo e o agressor fez com que, sob ameaça, a rapariga passasse a ter um relacionamento com ele tendo-a engravidado. O homem desenvolveu ciúmes doentios ao ponto de a obrigar a mostrar os conteúdos do telemóvel, de controlar com quem se relacionava e aceder às suas páginas nas redes sociais.

Um homem de Ferreira do Zêzere violou a filha menor da amante com quem manteve uma relação durante três anos ameaçando a rapariga de que a matava e controlando os seus movimentos. O agressor foi ao ponto de a obrigar a terminar o relacionamento com o namorado e chegou a encostar uma faca no pescoço da vítima e outra vez uma seringa que dizia estar cheia com um líquido mortal. O homem está a ser julgado por crimes de violência doméstica contra a menor e a mãe desta e de um crime de violação agravado.
O caso remonta a 2015 quando o homem tinha 54 anos de idade e a vítima 15 anos. Fruto da relação que mantinha com a mãe desta, o arguido, que está a responder no Tribunal de Santarém, começou a transportar a adolescente para a escola que esta frequentava em Tomar e da escola para casa da mãe dela. A dada altura, numa das viagens da escola para casa o homem disse à menor que gostava dela e que ela devia acabar com o namorado. Como a vítima não lhe dizia que aceitava ter um relacionamento ele telefonou-lhe e disse que sabia onde o namorado morava fazendo uma ameaça velada, o que levou a menor a terminar o namoro.
O arguido começou a pressionar a adolescente para terem uma relação assumida passando a aparecer junto da escola que ela frequentava. Quando a ia levar à escola começou a acariciar-lhe as pernas dentro do carro e passado pouco tempo começou a abusar sexualmente da menor, dentro da viatura, a cerca de três quilómetros de casa, depois de a ir buscar à escola. Começou a controlar os passos da vítima e disse-lhe que só podia ir a festas em locais públicos e tinha que lhe contar com quem ia estar, segundo refere a acusação do Ministério Público. A investigação salienta ainda que o acusado não deixava que ela se sentasse nos bancos de trás do autocarro quando tinha de se deslocar por esse meio da escola para casa.
A fixação pela menor e os ciúmes doentios que passou a ter iam ao ponto de a obrigar a mostrar o telemóvel, a dar as senhas das redes sociais e a controlar com quem é que a vítima se relacionava. Exigiu que ela assinalasse o contacto dele no telemóvel com a palavra “amor”. As situações sucederam-se sem a mãe da vítima saber, até final de 2016 quando disse que queria terminar o relacionamento porque estava apaixonado pela sua filha. Quando a amante disse que ia apresentar queixa por a filha ser menor ele ameaçou que acabava com a vida das duas e que depois se suicidava. Uma vez que viu um colega da vítima a colocar a mão no ombro dela, levou-a à Barragem do Castelo do Bode e ameaçou que a atirava ao rio se ela continuasse a brincar com os amigos.
O homem, actualmente com 61 anos, engravidou a rapariga em 2018 e disse-lhe que fizesse o que quisesse tendo esta acabado por fazer um aborto. A situação acabou por chegar às autoridades em 2020 após cinco anos de pressão e violência psicológica, como concluiu o Ministério Público. Refere a acusação que o arguido maltratou a vítima de forma repetida e continuada ofendendo-a na sua integridade física e psicológica.

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