Sociedade | 02-07-2022 14:59

Em ano e meio saíram 34 médicos de família do Médio Tejo

A maioria dos clínicos aposentou-se e o recrutamento de novos médicos ficou-se pelos 11. Um saldo negativo que explica os problemas de falta de especialistas na área dos cuidados de saúde primários. E há mais 14 médicos à beira da reforma.

De Janeiro de 2021 até à data saíram 34 médicos especialistas de medicina familiar, 22 por aposentação, da área do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Médio Tejo e, no mesmo período, foram recrutados 11 médicos especialistas através dos concursos nacionais de acesso à carreira médica de Medicina Geral e Familiar. Ou seja, há um saldo negativo de 23 médicos em cerca de um ano e meio, e com mais aposentações em curso, que ajudam a explicar o actual cenário em que quase 56 mil utentes não têm médico de família no Médio Tejo.

Essas informações foram dadas no último dia de Junho por Diana Leiria, directora do ACES Médio Tejo, que afirmou que “os médicos especialistas que vão sendo recrutados nos vários concursos de acesso à carreira médica são insuficientes para fazer face a estas saídas”. No mapa de pessoal da carreira médica de Medicina Geral e Familiar deste ACES há ainda 14 médicos com idade igual ou superior a 66 anos, que estão à beira da reforma, o que acentua a necessidade de recrutar novos recursos humanos.

O ACES Médio Tejo tem 225.314 utentes inscritos e frequentadores, dos quais 55.901 não têm médico de família atribuído, cerca de 25% da população, uma situação que tem sido agravada nos últimos dois anos por um défice entre a entrada de médicos e as saídas por aposentação. Os concelhos mais afectados pela falta de médicos de família no ACES Médio Tejo, segundo dados da tutela, “são os de Ourém, Abrantes, Alcanena, Tomar e Entroncamento”, tendo Diana Leiria sublinhado que “o facto de os utentes não terem médico de família atribuído não significa que não tenham acesso aos cuidados” de saúde.

“Em todos os concelhos do ACES onde existe falta de médicos de família existem respostas alternativas, conseguidas através do recurso à prestação de serviços médicos, à contratação de médicos aposentados ou mesmo à realização de horas suplementares dos médicos do quadro”, afirmou, dando conta de que está a decorrer um concurso nacional de acesso à carreira especial médica – Medicina Geral e Familiar e neste procedimento o ACES Médio Tejo tem 12 vagas.

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