Sociedade | 13-04-2022 21:00

Empresas do Ecoparque do Relvão pedem conclusão rápida do IC3

Operadores de resíduos escreveram ao primeiro-ministro dizendo que os constrangimentos causados pela actual rede viária comprometem o desenvolvimento industrial e social da região.

Operadores de tratamento e transporte de resíduos do Ecoparque do Relvão, na Chamusca, pediram ao primeiro-ministro “a célere conclusão” do IC3/A13, “sob pena de ficar comprometido o investimento e desenvolvimento industrial e social da região”.
A missiva foi enviada a António Costa na sequência de uma reunião que juntou autarcas, os membros do Observatório Nacional dos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos perigosos (CIRVER), a Comissão de Acompanhamento do Eco Parque Relvão, associações de produtores agrícolas e florestais e empresários que operam no território, afirma uma nota divulgada pela Câmara da Chamusca.
Sem a conclusão do IC3/A13 a acessibilidade ao Ecoparque do Relvão, o único no país que recebe resíduos industriais perigosos, põe em risco, nomeadamente, “o ‘cluster’ de gestão de resíduos da Chamusca ou a rede de simbioses industriais da região da Lezíria e Médio Tejo, o escoamento de produto e recepção de matérias-primas, o trânsito intermodal, o desenvolvimento de projectos no âmbito agrícola e florestal, entre outros de valor acrescido, orçados em vários milhões de euros”, sublinha-se na carta.
Na reunião, realizada a 23 de Março, foram debatidos os “constrangimentos e problemáticas na circulação rodoviária com destino ao Ecoparque do Relvão, na freguesia da Carregueira (Chamusca), e a necessidade urgente da conclusão do IC3/A13”, acrescenta.
“A atracção de investimento produtivo, que deve ser considerado um desígnio nacional é consistentemente bloqueado pela realidade infraestrutural da região, nomeadamente a sul do Tejo pela ausência de uma ligação ferroviária e rodoviária eficaz, em que a conclusão do troço do IC3/A13, que permitirá ligar Vila Nova da Barquinha a Almeirim, tem sido identificada em vários documentos como uma prioridade em termos de investimentos infraestruturais no país”, realçam.
O lanço do IC3/A13 Vila Nova da Barquinha – Chamusca – Almeirim “foi uma promessa para a população da região aquando da instalação dos CIRVER, em 2007, numa área de influência directa que abrange os concelhos da Barquinha e Entroncamento (Médio Tejo) e Golegã, Chamusca, Alpiarça e Almeirim (Lezíria do Tejo)”, acrescenta a nota.
Além dos dois únicos CIRVER existentes no país a Chamusca acolhe quatro unidades de tratamento e eliminação de resíduos hospitalares, que servem igualmente todo o país, duas unidades de compostagem, “que resolvem inúmeros problemas ambientais nomeadamente de lamas de ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais)”, uma central de biomassa, que dá resposta a sub-produtos da limpeza da floresta em toda a região Centro, e duas unidades de regeneração de óleos usados.
Acolhe ainda o sistema de eliminação de resíduos industriais banais e o sistema de recolha, tratamento, triagem e eliminação de resíduos sólidos urbanos, que serve 16 concelhos da região, acrescenta.
“Estas unidades implicam a movimentação constante de veículos pesados que, face à inexistência de melhores acessibilidades, acaba por se efectuar dentro de povoações”, sublinha-se.
O comunicado alerta para a ocorrência frequente de acidentes, quer nas estradas nacionais quer nas municipais dando o exemplo de “derrames de lamas de ETAR, espalhamento de material hospitalar cirúrgico proveniente dos vários hospitais centrais a nível nacional, acidentes rodoviários com capotamento de viaturas de transporte de resíduos industriais perigosos líquidos, na zona de Ulme, junto à ribeira que irriga todos os campos de arroz do concelho e que desagua no Tejo podendo criar um acidente ambiental incomensurável”.
Outro velho problema reside na Ponte João Isidro dos Reis, que atravessa o Tejo ligando os concelhos da Chamusca e Golegã, pois não permite o cruzamento de duas viaturas pesadas e é palco frequente de engarrafamentos.

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