Sociedade | 18-09-2022 10:35

Fazer obras no centro histórico de Santarém é uma carga de trabalhos

Diamantino Duarte criticou a teia burocrática que envolve qualquer intervenção no edificado do centro histórico da cidade

Presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém deu voz às preocupações de proprietários e moradores e critica a excessiva burocracia e exigências descabidas da DGPC como a de ser necessário um projecto de arquitectura para pintar fachadas da mesma cor.

Os proprietários de edifícios no centro histórico de Santarém enfrentam um tormento de burocracia e de exigências sempre que querem fazer obras nos seus imóveis, por mais simples que sejam. Pintar uma fachada, ainda que seja da mesma cor, por exemplo, obriga à apresentação de um projecto de arquitectura que, muitas vezes, custa mais do que o trabalho em si. Imposições estipuladas pela Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) tendo em conta a valia patrimonial e a salvaguarda desse núcleo urbano, onde abundam monumentos nacionais e outros imóveis classificados.
Essa realidade foi destacada na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém pelo presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém. O socialista Diamantino Duarte referiu que a teia burocrática que envolve qualquer intervenção no edificado do centro histórico da cidade e os custos associados são factores que levam os proprietários a não investirem na recuperação do seu património. E apontou mesmo o exemplo concreto de um morador a quem pediram mais pelo projecto de arquitectura para a pintura das fachadas da sua casa (dois mil euros) do que pela pintura em si, que estava orçada em 1.500 euros.
Diamantino Duarte pediu ao presidente da câmara respostas para este problema, que considera “um dos cancros do centro histórico”, dissuasor da reabilitação e revitalização da zona mais antiga da cidade. E sugeriu soluções como a criação de uma estrutura na orgânica do município vocacionada para essa temática, dotada de especialistas como arquitectos ou engenheiros civis, que pudessem apoiar tecnicamente os proprietários na realização de obras poupando-lhes chatices e despesas.
Na resposta, o presidente da câmara referiu que esses problemas estão identificados há muitos anos acrescentando que desde a fracassada candidatura do centro histórico de Santarém a património mundial que as dificuldades aumentaram no que toca a intervenções no edificado dessa zona. “A DGPC é muito rígida nessa matéria”, afirmou Ricardo Gonçalves. O autarca social-democrata recordou que já houve uma estrutura municipal vocacionada para essa área, nos tempos da sociedade de gestão urbana STR-Urbis, entretanto extinta, e admitiu a necessidade de ser criado um novo organismo para esses fins.

Presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém deu voz às preocupações de proprietários e moradores e critica a excessiva burocracia e exigências descabidas da DGPC como a de ser necessário um projecto de arquitectura para pintar fachadas da mesma cor.

Artigo publicado a 19 de Janeiro de 2022

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo