Filarmónica Recreio Alverquense é um exemplo na mobilização jovem
Cativar jovens tem sido um dos grandes desafios da actual direcção da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense. Com 148 anos de vida a associação quer continuar a ser uma referência na formação de jovens e no desenvolvimento cultural do concelho.
A Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense (SFRA) completa em 2022, 148 anos de histórias como por exemplo, a participação da banda no filme português “A aldeia da roupa branca”, um longa-metragem de 1939 que contou com a participação da actriz Beatriz Costa. A direcção da colectividade explica que tem como missão trabalhar diariamente para criar oferta formativa para os mais jovens e para ser uma referência no desenvolvimento cultural do concelho de Vila Franca de Xira.
Com projectos novos Luís Dias, vice-presidente para a área musical, refere que a concretização da Casa do Músico, inaugurada a 25 de Abril, foi uma grande conquista uma vez que associa a música e a cultura num só espaço que também pretende ser uma atracção turística. O dirigente desabafa a O MIRANTE que o grande desafio da associação tem sido cativar os mais novos. Ainda assim, a Escola de Música da SFRA, fundada há 20 anos, tem sido um projecto vencedor que já chegou a ter mais de meia centena de alunos inscritos. Actualmente, devido à pandemia, o número de inscritos diminuiu para 29, mas a intenção é trabalhar para recuperar até ao final do ano.
Ligar pessoas através da música
Hélder Coelho é músico, militar e maestro na banda filarmónica da SFRA há 14 anos. Nasceu em Lousada numa família de músicos, estudou música na Artave e entrou na Banda da Armada Portuguesa como trompetista em 2000. A sua experiência como maestro começou quando tinha apenas 21 anos. “Um bom maestro tem que ser bom líder e condutor de homens. É preciso ser tolerante e saber escutar todas as opiniões. No final, é tentar arranjar um consenso para que o caminho seja feito em conjunto”, explica.
Ana Noronha, estudante de Psicologia, tem 20 anos e toca clarinete e violino na banda desde 2016. A música, diz, é uma forma de expressar os sentimentos e de se conectar com outras pessoas. Costuma ensaiar em casa pelo menos uma hora por dia. Nos últimos tempos, para além da música, tem experimentado as artes plásticas, com a pintura de alguns quadros. Também tem realizado voluntariado numa iniciativa de estudantes de psicologia a nível europeu que ajuda a sensibilizar as pessoas para os problemas relacionados com a saúde mental.
Carlos Frazão é carteiro em Alverca há 23 anos e toca na banda desde 1986 sendo o elemento mais antigo da filarmónica. Toca saxo soprano e não hesita em afirmar que fazer parte do grupo é das maiores alegrias que tem. Para além da música, Carlos Frazão é apaixonado pela literatura nacional e por viagens.