Sociedade | 18-07-2022 12:00

Francisco Gaia: o artista que conviveu com Picasso

Francisco Gaia Júnior com uma das pinturas do pai que estão expostas na Póvoa de Santa Iria

Nascido no Cartaxo, foi marceneiro mas foi à pintura que se dedicou até ter falecido no ano passado com Covid-19. Nos anos 60 e 70 teve o privilégio de contactar com vários artistas que marcaram a história do modernismo, em Paris, onde viveu, como foi o caso de Picasso. Durante uma parte da sua vida pintou várias telas em Póvoa de Santa Iria, algumas das quais podem ser vistas numa exposição que o filho, também pintor, ajudou a montar.

Francisco Gaia pintou algumas das suas obras na Póvoa de Santa Iria e agora a Galeria Municipal de Exposições, do Palácio Quinta da Piedade, mostra alguns desses trabalhos numa homenagem ao pintor falecido no ano passado com Covid-19. O artista ribatejano, nascido no Cartaxo e que viveu vários anos na freguesia do concelho de Vila Franca de Xira, conviveu com alguns dos nomes sonantes das artes, como Pablo Picasso, quando esteve a viver em Paris, nos anos 60 e 70, conforme conta o seu filho Francisco Gaia Júnior.
A exposição vai estar patente até 30 de Julho e conta com 19 telas do pintor que era um perfeccionista, ambicioso e apaixonado pela pintura, como conta o filho. “O meu pai era um criador, sempre foi. Antes de ser artista plástico foi marceneiro, mas a verdadeira paixão era a pintura”, lembra Francisco Gaia Júnior, que ajudou na organização da exposição, juntamente com a Câmara de Vila Franca de Xira. E realça que esta mostra é muito especial pelo facto de o pai ter vivido no concelho e de muitas telas terem sido pintadas na Póvoa de Santa Iria.
Francisco Gaia Júnior também se tornou pintor influenciado pelo tempo que passou a ver o pai pintar. Essa observação foi bastante importante e serviu de inspiração para seguir a sua própria carreira na pintura, realça. “Eu era muito irrequieto em criança. Por isso, o meu pai quase que me obrigava a ficar ali ao seu lado enquanto pintava. Mas esse tempo serviu como base para a minha própria pintura”, recorda.
Francisco Gaia nasceu em 1933, no Cartaxo, e começou a expor as suas obras em 1951 tendo realizado várias exposições em Portugal e no estrangeiro. Frequentou a Academia de Pintura Moderna de Haia, na Holanda, onde se formou em Artes Plásticas. Nos anos 60 e 70 passou por Paris e teve a oportunidade de conviver com vários artistas que marcaram a história do modernismo. Foi homenageado com a Medalha de Mérito e Diploma Artístico pelo Círculo de Cultura Luso-Brasileira e recebeu o Diploma do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, na Holanda.
Na sua carreira destacam-se as exposições que fez em homenagem a Pablo Picasso em 2003, no complexo INDEG/ISCTE e em 2014, em Barcelona, que contaram com 100 e 40 obras, respectivamente. Em 2006, em Miami, realizou uma exposição com 30 das suas obras e em 2015, na mesma cidade, pintou ao vivo uma tela. Francisco Gaia tem as suas criações representadas em diversos livros de arte e também em vários museus, como Guggenheim, em Nova Iorque.

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