A funcionária da Escola Febo Moniz em Almeirim filmada a mexer nos bolsos das roupas dos alunos e nas mochilas foi transferida para Benfica do Ribatejo para preservar o ambiente na escola, explica o director do Agrupamento de Escolas de Almeirim. José Carreira sublinha também que a medida visa também proteger a funcionária, uma das mais antigas do agrupamento, “de comentários que até prova em contrário, seriam injustos”. O dirigente sublinha ainda que pela maneira como a situação foi exposta, através de uma filmagem de um telemóvel que foi exposta publicamente, a funcionária “seria alvo fácil, para comentários”.

José Carreira ouviu a funcionária e outros responsáveis da escola e diz ter tomado a decisão “em plena consciência”, ressalvando que não foi reportado qualquer desaparecimento no balneário em questão. Segundo o director, as “declarações da funcionária foram lógicas”, explicando ainda que na escola de Benfica do Ribatejo havia falta de um elemento e que a funcionária em questão vai desempenhar funções distintas das que tinha na Febo Moniz.

O presidente do Agrupamento de Escolas de Almeirim lamenta a forma como a situação foi tornada pública, com o vídeo a circular nas redes sociais, lembrando que a lógica seria reportar a situação à direcção, à directora de turma ou à coordenadora da escola. José Carreira diz que a filmagem é totalmente ilegal por ser obtida num local onde isso não é permitido, atendendo a que é um balneário. O dirigente relembra que os alunos não precisam de telemóveis nas escolas nem deviam de os usar no recinto escolar, apesar de compreender que facilitam a comunicação.

José Carreira justifica que “nem tudo o que parece, é, pois cada um vê a realidade através da lente com a qual vê o mundo diariamente”, sublinhando que o filme captou a funcionária mas poderia ter captado alunas em traje menores e até despidas. Acrescentando que os “telemóveis, são ferramentas que servem hoje em dia para tudo, até para telefonar”, o director sublinha que quem fez ou orquestrou esta situação “pode ter posto em causa o bom nome de uma pessoa e da própria instituição onde estuda ou estudam os seus filhos”.