Galeria de Fotos. Longe da guerra comunidade ucraniana da região não baixa os braços
Famílias ucranianas em Santarém uniram-se para responder da forma possível aos apelos provocados pela invasão russa à Ucrânia. Uma onda solidária que se replicou por todo o distrito. Cinco camiões cheios de mantimentos e outros bens partem esta terça-feira, 1 de Março, de Samora Correia em direcção à Ucrânia. Por cá, a comunidade vai continuar a apoiar quem ficou a trabalhar e lutar pelo seu país.
Olena Brigida não dorme desde o dia em que o seu país de origem acordou numa guerra. Toda a sua família, à excepção do marido e filha, está na Ucrânia. Os homens impedidos de deixar o país juntaram-se às forças ucranianas, as mulheres tentam escapar com os filhos pela mão. Cabe a Olena ajudar a indicar o caminho para a fronteira mais próxima. “Toda a noite a minha família telefona a pedir ajuda para ver no mapa onde estão. Tenho tias, sobrinhas, crianças e um bebé de quatro meses que estão há quatro dias na rua, ao frio, sem comida, nem dinheiro porque a fila de carros para a Polónia tem uns 20 quilómetros”, conta.
A cabeleireira residente em Santarém foi uma das dezenas de pessoas da comunidade ucraniana que se voluntariou para ajudar à recolha de bens na cidade, que ajudou a encher cinco camiões que partem esta terça-feira, 1 de Março, de Samora Correia para a Ucrânia. Na onda solidária estiveram envolvidos também portugueses e imigrantes de várias partes do mundo, incluindo de zonas separatistas pró-Rússia na Ucrânia. Nos cinco camiões seguiram toneladas de medicamentos, produtos de higiene, alimentos não perecíveis e roupas quentes. Mas é preciso fazer muito mais, alerta Tetiana Tarnavska, uma das responsáveis pela coordenação dos pontos de recolha na cidade e que tiveram como ponto principal a antiga Escola Prática de Cavalaria.
“Temos muitos familiares que querem vir para cá, que já passaram a fronteira da Polónia mas que não têm meios para continuar. Estamos a falar de centenas de pessoas que precisam de um transporte”, explica, acrescentando que a comunidade ucraniana já entrou em conversações com a Câmara de Santarém para a cedência de um autocarro que viaje até à Polónia, o que ainda não foi conseguido.
*Reportagem completa na edição semanal de O MIRANTE