Sociedade | 19-02-2022 07:00

Há freguesias da região em que os telemóveis só servem como pisa-papéis

Carlos Leitão, presidente da Junta de Cardigos (Mação), Luís Alves, presidente Junta de Amêndoa (Mação), Paulo Casola, presidente Junta de Alcaravela (Sardoal) e António Graça, presidente Junta de Sabacheira (Tomar)

A fraca qualidade nos serviços móveis e de Internet nas aldeias mais isoladas da região continua a ser um problema sem solução à vista e que prejudica significativamente o dia-a-dia da população. Em alguns casos nem sequer é possível ligar para o 112 a pedir socorro.

A falta de cobertura de redes móveis, fixas e de serviços de Internet faz parte da agenda diária da Autoridade Nacional para as Comunicações (ANACOM). A entidade tem desenvolvido esforços junto das grandes operadoras para colmatar as lacunas, mas os problemas que se vivem em algumas freguesias mais isoladas do Médio Tejo, por exemplo, continuam sem solução à vista.
Luís Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Amêndoa, concelho de Mação, conta a O MIRANTE que a falta de rede móvel e de acesso à Internet, que regista velocidades muito baixas, deixa a população com várias dificuldades, sobretudo no acesso à emergência médica. Como nenhuma das operadoras tem uma cobertura eficaz torna-se quase impossível ligar para o 112, como já aconteceu várias vezes, revela. A cobertura de fibra óptica só é garantida pelas operadoras na sede da freguesia. Durante os dois confinamentos, em que os alunos tinham aulas online, o presidente da junta diz que houve muitas dificuldades em assistirem à matéria e que alguns saíram prejudicados no aproveitamento escolar.
A freguesia de Cardigos, também no concelho de Mação, sofre dos mesmos problemas. As aldeias que se encontram nos extremos da freguesia, como Mezão Frio ou Moita Ricome, não têm cobertura de rede móvel com nenhuma das três operadoras do mercado. O presidente da junta, Carlos Leitão, explica que mesmo após a instalação de duas antenas de rede móvel as aldeias continuam a não ter cobertura de sinal.
No concelho do Sardoal a situação é semelhante: quanto mais afastada a freguesia da sede de concelho mais fraco é o sinal, havendo zonas em que é inexistente. Na freguesia de Alcaravela o presidente da junta, Paulo Casola, espera que a situação melhore em breve com a instalação de duas antenas. O autarca queixa-se também do deficiente acesso à Internet e afirma que tem insistido com a população para apresentar reclamações junto das operadoras na esperança de ver o problema solucionado, mas até agora “nem novas nem mandadas”.
Na freguesia da Sabacheira, concelho de Tomar, a rede móvel e os serviços de Internet dependem só de uma operadora. O presidente da junta, António Graça, explica que a maior queixa prende-se com o fraco acesso à Internet que afecta, inclusive, o funcionamento do órgão autárquico. O autarca lamenta que existam mais períodos de tempo em que os serviços se encontram em baixo do que a funcionar. Acrescenta que a ANACOM o informou que até final de Junho toda a freguesia iria ter acesso à fibra óptica. Tal como João Alves, presidente da União de Freguesias de Casais e Alviobeira, o autarca quer colocar um ponto final numa novela que não tem fim e que retira qualidade de vida às pessoas que vivem fora dos centros urbanos.

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