Sociedade | 26-09-2022 09:59

<strong>Impactos da co-incineração na Póvoa, Forte e Vialonga alvo de estudo</strong>

FOTO DR

Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa está a promover um estudo sobre os impactos na saúde da laboração da incineradora de São João da Talha, em Loures, que também abrange também as freguesias a sul do concelho de VFX.

Viver e trabalhar perto da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos de São João da Talha (Loures) da Valorsul pode ser mau para a saúde? É isso que um grupo de investigadores do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB) está a tentar perceber e a comunidade da Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa e Vialonga está a ser convidada a dar os seus contributos.

O estudo sobre a qualidade de vida e o bem-estar de quem vive perto da central, que faz co-incineração de resíduos, abrange também a população de Sacavém, Prior Velho, Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela.

“O que queremos perceber é que impactos a incineração poderá ter nos índices de morbilidade e mortalidade da população. Queremos estabelecer um perfil de doenças e mortes na região exposta à incineração em comparação com outras ao longo do tempo”, explica a O MIRANTE Osvaldo Santos, investigador responsável pelo estudo.

O também professor de medicina explica que todas as evidências globais apontam para a inexistência de consequências para a saúde provenientes da incineração desde que os valores das emissões sejam mantidos nos limites legais. E, ao contrário do que muita gente pensa, não é só quem vive perto de uma incineradora que está exposto: também quem reside nas proximidades, como é o caso das localidades a sul do concelho de Vila Franca de Xira.

“Para nós é interessante do ponto de vista científico ver como é que as coisas evoluem para as pessoas expostas a estes agentes tóxicos e contaminantes ao longo do tempo, mesmo em doses pequenas. É uma pergunta para a qual estamos a tentar encontrar resposta”, explica.

Os moradores são convidados pela universidade a participar num questionário confidencial, gratuito e anónimo que está disponível online e pode ser preenchido por pessoas de idade superior a 18 anos e residentes naquelas freguesias há pelo menos seis meses. O tempo médio de preenchimento é de 15 minutos. A participação está aberta até ao final de Outubro e Osvaldo Santos espera ter os primeiros resultados preliminares prontos a apresentar no final do ano.

“As incineradoras devem ter uma monitorização dos impactos que causam na saúde pública. Esta é a primeira vez que estamos a analisar a percepção real de risco por parte das pessoas. Antigamente fazíamos sobretudo um exercício com números”, explica o investigador. O questionário pode ser preenchido em https://provepa2.wixsite.com/ctrsu-sjt.

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