Lavadouros eram as redes sociais de antigamente
A fonte de Nabais foi requalificada e na festiva inauguração voltou a conhecer o bulício de outros tempos, com as lavadeiras a ocuparem os tanques onde ainda hoje, com menos frequência, se lava roupa suja.
Maria Júlia Rabujo recorda-se dos tempos em que juntava a roupa da família num alguidar e ia com ele na cabeça em direcção aos tanques de Nabais, concelho de Santarém, lavar a roupa. Era quase todos os dias. Lembra que não havia tecto onde estão hoje os tanques renovados e existia uma cerejeira onde dava para estar à sombra. Naquele tempo só havia sabão azul e branco e era assim que lavava a roupa. Os filhos, pequenos, acompanhavam-na e entretinham-se a brincar com a água.
Ainda hoje, aos 72 anos, Maria Júlia Rabujo vai aos tanques, junto à fonte de Nabais, lavar roupa que não gosta de colocar na máquina como as camisas do seu filho. Maria Júlia foi uma das participantes na recriação dos tempos em que as mulheres iam para os tanques lavar roupa à mão e em que não existiam máquinas de lavar. Paula Maurício, 50 anos, recorda quando ia com a mãe e a avó, a pé, até aos lavadouros de Nabais. Levavam as roupas nos alguidares e Paula Maurício recorda que era sempre uma festa. “As senhoras encontravam-se e punham a conversa em dia. Os tanques eram o Facebook da altura, era ali que tudo se sabia e se partilhava”, recorda, bem-disposta.
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