Sociedade | 20-02-2022 11:59

Maioria dos cancros é curável se o diagnóstico for feito a tempo

Sandra Bento lidera o serviço de oncologia do Hospital Distrital de Santarém (FOTO – HDS)

Directora do Serviço de Oncologia do Hospital Distrital de Santarém realça importância dos rastreios e a redução de comportamentos de risco para reduzir a mortalidade oncológica.

“A grande maioria dos cancros pode ser curável se o diagnóstico for feito em fases iniciais da doença.” A afirmação é de Sandra Bento, directora do Serviço de Oncologia do Hospital Distrital de Santarém (HDS), a propósito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinalou a 4 de Fevereiro. “O importante é valorizar as queixas que, se forem persistentes, devem ser investigadas”, aponta a directora do Serviço de Oncologia, acrescentando que é possível intervir de diversas formas para tentar reduzir a incidência e a mortalidade por cancro. “Está nas mãos de qualquer um de nós a adopção de um estilo de vida mais saudável”, sublinha Sandra Bento.
Neste contexto, a medida mais importante de todas é a cessação tabágica. “Os fumadores têm uma incidência aumentada de todos os tipos de cancro em comparação com os não fumadores e não apenas dos tradicionalmente associados ao tabaco como, por exemplo, o pulmão, as vias aéreas e a bexiga”, explica. Também o álcool é associado a um maior risco de cancro. Por outro lado, a prática de exercício físico regular está associada a uma redução do risco, bem como os cuidados na alimentação. Segundo Sandra Bento, “ao diminuir a incidência da obesidade estamos a contribuir para uma redução do risco de cancro”.
A especialista sublinha ainda a importância nos cuidados na exposição ao sol uma vez que a mesma aumenta o risco dos cancros de pele. E acrescenta que em famílias onde existam muitos casos de cancro pode haver indicação para avaliação em consulta de risco familiar e eventual realização de análise genética, sendo importante alertar o médico assistente, se for este o caso.
Em Portugal existem três programas de rastreio oncológico: cancro de mama, em que é recomendada a realização de mamografia a cada dois anos, dos 50 até aos 69 anos de idade; cancro colorretal, que normalmente inclui o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes dos 50 aos 74 anos de idade; cancro do colo do útero, em que o rastreio compreende o teste de citologia cervical (papanicolau) em mulheres entre os 20 e os 30 anos e até aos 60 anos de idade. “Estes rastreios têm demonstrado a redução de mortalidade aproximadamente nos 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero”, conclui Sandra Bento.

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