Sociedade | 03-08-2022 18:00

Mário Cantiga cumpre promessa com a Euterpe Alhandrense

Mário Cantiga diz que o dinheiro é pouco mas é o máximo que a junta pode disponibilizar

Autarca de Alhandra diz que o valor é pequeno mas que é o máximo que a junta de freguesia consegue com o orçamento que tem. Presidente da câmara tem recusado ajudar associação que foi vítima de decisão judicial que lhe custou 145 mil euros.

É pouco mas é de boa vontade: o presidente da Junta de Freguesia de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Mário Cantiga, cumpriu a promessa e passou um cheque de 5 mil euros à Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA) para ajudar a colectividade a lidar com uma decisão judicial desfavorável que lhe custou 145 mil euros.
Na reunião privada do executivo da junta, realizada a 20 de Julho, a proposta de atribuição de um apoio extraordinário de 5 mil euros à SEA foi aprovada por unanimidade. O autarca diz que o valor não é elevado mas é um sinal de boa vontade para ajudar uma associação importante da terra a ultrapassar um mau momento. O orçamento global da união de freguesias ronda um milhão de euros.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da Euterpe, Jorge Zacarias, disse estar bastante sensibilizado com a atitude do autarca. “É mais uma ajuda que temos neste caminho”, afirma. Mário Cantiga já tinha aproveitado uma reunião de câmara para apelar ao município que também fizesse a sua parte e apoiasse a associação neste momento complicado em que foi condenada a pagar 145 mil euros à família de um jovem que morreu afogado nas piscinas geridas pela associação, em 2017.
“Esta casa de cultura merece todo o respeito da bandeira nacional pelo que representa no país e região. Teve esta sentença desfavorável e injusta e merece a ajuda de todos nós”, defendeu o autarca de Alhandra. Apesar dos apelos o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, não irá apoiar a associação, pelos menos directamente e neste momento, estando ainda “a reflectir sobre o assunto”.

Supremo contrariou primeira instância e Relação
A SEA, recorde-se, foi condenada pelo Supremo Tribunal de Justiça a pagar uma indemnização de 145 mil euros aos pais de um jovem de 21 anos que, em Agosto de 2017, morreu nas piscinas da Cimpor que são geridas pela colectividade. A decisão apanhou de surpresa os dirigentes que não se conformam com o desfecho, ainda para mais depois do tribunal de primeira instância e o Tribunal da Relação lhes ter dado razão.
O Supremo Tribunal de Justiça entendeu que houve falhas na vigilância do complexo de piscinas e deu provimento ao pedido indemnizatório de 150 mil euros apresentado pela família por danos patrimoniais, não-patrimoniais e pelo sofrimento do filho. A justiça entendeu fixar o valor final em 145 mil euros. Os pais já tinham recebido outros 28.800 euros da seguradora da Euterpe. A SEA chegou a acordo com os pais do jovem para realizar o pagamento da verba decretada pelo tribunal em várias tranches até Setembro de 2023 e para o fazer vai ter de recorrer à banca e à realização de eventos.
A decisão do Supremo – no ano em que a SEA celebra 160 anos – afecta também, além das mil pessoas que orbitam em actividades da Euterpe, as quatro centenas de alunos do Conservatório Regional Silva Marques que por causa desta decisão vão ver travadas as obras de requalificação que iam decorrer para melhorar as condições do espaço.

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