Sociedade | 14-02-2022 11:59

Mentalidade miserabilista dificulta afirmação e valorização do interior

Miguel Borges

Presidente da Câmara de Sardoal assegura que “interioridade não é sinónimo de inferioridade” e sublinha a importância em afirmar a interioridade não como um factor negativo mas sim realçando o que de bom tem.

O presidente da Câmara de Sardoal rejeita os “discursos miserabilistas” sobre os territórios do interior, tendo destacado o seu “potencial e qualidade de vida”, sublinhando a sua máxima “interioridade não é sinónimo de inferioridade”.

“Nós, decisores políticos, cada um à sua escala, somos os principais responsáveis por uma mentalidade miserabilista própria de uma enorme falta de autoestima política ao teimarmos em não afirmar o território que temos obrigação de defender pela positiva”, disse Miguel Borges (PSD), professor e atual presidente da Câmara Municipal de Sardoal, no Centro Cultural Gil Vicente, no âmbito de uma conferência que debateu o “Crescimento e Sustentabilidade” daquele município e que contou com um painel de diversos oradores.

Tendo lembrado que a máxima que o acompanha há cerca de três décadas decorreu do título do primeiro projecto educativo criado pelo Agrupamento de Escolas de Sardoal, onde leccionava, Miguel Borges sublinhou a importância em afirmar a interioridade “não como um factor negativo”: “Mas sim valorizando o que de bom temos, o que de bom sabemos fazer”, como fator distintivo e atractivo.

“Ao longo de mais de quatro décadas de poder autárquico, muitas foram as infraestruturas que por cá foram criadas, melhorando a qualidade de vida destes territórios, chamem-lhes deprimidos, de baixa densidade, seja o que for”, disse, reiterando recusar-se “a entrar num discurso miserabilista em que nada valoriza o território”, no caso o Sardoal, a cerca de 160 quilómetros de Lisboa.

O autarca lembrou a criação de infraestruturas desportivas, culturais, de saúde, de educação e de vias de comunicação, “aproximando a região da capital (…) e a pouco mais de uma hora de viagem”, e afirmou que este município do interior “é tão bom que até fica perto do mar” e que “até aeroporto tem”, notando que “o aeroporto Humberto Delgado fica praticamente à mesma distância/tempo que o Aeroporto Charles de Gaulle ao centro de Paris”.

A partir destes pressupostos e da máxima que serve de bandeira a Miguel Borges, foi definida uma estratégia de valorização do território plasmada em dois documentos orientadores: a Estratégia Integrada de Desenvolvimento de Sardoal e o Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico para o Concelho de Sardoal.

Dois documentos que, “considerando as características do concelho, procuram responder às necessidades, alicerçadas por um passado forte, potenciador de um futuro promissor”, tendo o autarca destacado a vertente do turismo religioso. Nesse capítulo relevou a candidatura para a classificação da Semana Santa a Património Cultural Imaterial e o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património como exemplos de “estratégia criadora de produtos duradoiros e sustentáveis”.

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