Sociedade | 15-04-2022 07:00

Metade da população de Pernes esteve mais de uma semana sem telecomunicações

Paula Rabujo, Cristina Semião, João Semião, Luísa Vieira e Maria Emília Gonçalves

Um acidente com um camião na manhã de 31 de Março derrubou parte de um muro e dois postes de electricidade. Nesses postes estavam os sistemas de telecomunicações das operadoras NOS e Vodafone. A situação levou a que cerca de metade da população de Pernes ficasse sem telefone, telemóvel, televisão e internet. Situação começou a ser resolvida a 8 de Abril.

João e Cristina Semião estiveram mais de uma semana sem telecomunicações o que prejudicou muito o seu negócio com o sistema electrónico a não funcionar e os clientes e fornecedores a não conseguirem contactar com o supermercado Semião, na Estrada Nacional 3, em Pernes. O casal de comerciantes é um dos muitos exemplos da população de Pernes, concelho de Santarém, que estiveram mais de uma semana sem acesso a telefone, telemóvel, Internet e televisão.
Cristina Semião explica a O MIRANTE que, no dia da reportagem, na tarde de sexta-feira, 8 de Abril, não tinha hortícolas para vender porque o fornecedor não apareceu. “Ele deve ter telefonado mas como não obteve resposta não apareceu”, conta, acrescentando que levam muitas encomendas aos clientes mais velhos e nessa semana ficaram prejudicados pela falta de telecomunicações. João Semião lamenta a situação e acusa as operadoras de terem este tipo de comportamentos apenas nos meios pequenos. “Se isto acontecesse em Lisboa ou no Porto alguma vez estavam mais de uma semana sem telecomunicações? Nunca!”, critica.
Cerca de metade da população de Pernes esteve sem telecomunicações desde a manhã de 31 de Março quando um acidente com um camião, à saída de Pernes, em direcção a Torres Novas, derrubou parte de um muro e dois postes. Nesses postes, além de electricidade, passa a fibra das operadoras NOS e Vodafone, que ficaram sem sinal de transmissão.
Paula Rabujo, cabeleireira, foi outra das afectadas. No salão de cabeleireiro ficou sem telefone, impossibilitando os clientes de fazerem marcações. No entanto, garante que em casa ficou mais afectada. O seu filho, estudante, precisava do computador e Internet para fazer trabalhos da escola e não conseguiu.
Paula Rabujo refere a O MIRANTE que fez queixa, tanto no Livro de Reclamações da operadora como no Portal da Queixa. “Liguei para eles todos os dias. A resposta era sempre a mesma: estamos a tratar do assunto, quando estiver resolvido enviamos uma mensagem. É inadmissível esta situação, mais de uma semana, sobretudo para os idosos que precisam do telefone caso haja uma emergência ou imprevisto”, lamenta.
Luísa Vieira, responsável do Café Luísa do Pão Quente, admite que foi dos dias em que perdeu dinheiro porque os clientes procuraram o estabelecimento para verem os jogos de futebol do Sporting e do Benfica e voltaram para trás porque não havia televisão. “Têm sido dias difíceis porque não conseguimos oferecer todos os nossos serviços aos clientes. A minha filha ligou para a operadora todos os dias a reclamar, mas a resposta era de que estavam a resolver o assunto”, lamenta.
Maria Emília Gonçalves, de 82 anos, diz que se por acaso se sentisse mal não tinha como pedir socorro. Tem duas filhas mas sem acesso ao telefone ou telemóvel não conseguiram comunicar. “Não se admite uma situação destas nos dias de hoje, com tanta tecnologia, em que o telefone e a Internet são quase tão importantes como a água, estarmos mais de uma semana sem estes serviços”, criticou.
A situação começou a ser resolvida na sexta-feira, 8 de Abril. O MIRANTE contactou as operadoras NOS e Vodafone para obter mais esclarecimentos mas até ao fecho da edição não obteve qualquer resposta.

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