Sociedade | 20-01-2022 16:35

Metade das vagas para médico de família em Lisboa e Vale do Tejo ficaram por preencher

Metade das vagas para médico de família em Lisboa e Vale do Tejo ficaram por preencher

Cerca de 700 mil utentes continuam sem médico de família em Lisboa e Vale do Tejo. Administração Regional de Saúde vai, pela primeira vez, poder abrir concursos para preencher as vagas que não foram ocupadas.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) há cerca de 700 mil utentes sem médico de família atribuído, o que corresponde a mais de 70 por cento do número total nacional. A situação além de preocupante não teve melhorias significativas depois de concluído o último concurso na área da Medicina Geral e Familiar (MGF) onde metade dos postos de trabalho não tiveram candidatos.

Nos cinco concelhos da área de abrangência do Hospital de Vila Franca de Xira e que fazem parte da região de LVT (Alenquer, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Benavente e Vila Franca de Xira), o cenário, alerta o Movimento de Utentes de Serviços Públicos (MUSP), é igualmente dramático, com “cerca de 70 mil utentes sem médico de família, muitos dos quais idosos padecendo de doenças crónicas”.

Para conseguirem atendimento esses utentes são obrigados a recorrer às urgências do hospital como se fosse uma unidade de saúde local e já com “agravamentos das suas doenças, congestionando estes serviços, aumentando os custos e o sofrimento”, refere o MUSP, que em Dezembro e Janeiro reuniu com o presidente do conselho de administração do Hospital de Vila Franca de Xira, Carlos Andrade Costa e a directora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo, Sofia Theriaga.

Nessas reuniões, adianta o membro da direcção do MUSP, Domingos David, foi transmitido que “não só não se vislumbravam soluções a breve prazo como se prevê que a situação se agrave”. O MUSP, acrescenta o dirigente que também é presidente da Comissão de Utentes do Concelho de Benavente, defende que para reverter o problema da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde é preciso investir na “valorização dos profissionais e das suas carreiras, na tomada de todas as medidas para garantir a contratação de médicos”, reabrir unidades de saúde encerradas e estudar-se a hipótese de o Estado impor “um tempo mínimo de prestação de serviço público” aos clínicos de MGF.

De acordo com o Ministério da Saúde, das 235 vagas abertas no último concurso a nível nacional foram preenchidas 160, o que permitirá dar médico de família a 300 mil pessoas. Das vagas preenchidas, 93 situam-se na região Norte, 32 em Lisboa e Vale do Tejo, 27 no Centro, seis no Algarve e duas no Alentejo.

A tutela divulgou ainda num comunicado que a partir de agora, as administrações regionais de saúde vão poder abrir concursos para preencher as vagas que não foram ocupadas.

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