Sociedade | 11-02-2022 18:00

Morte da pequena Beatriz veio acentuar críticas à falta de segurança no Entroncamento

Beatriz faleceu aos quatro anos após uma violenta colisão entre o carro conduzido pela sua mãe e outra viatura no Entroncamento (Foto – Facebook Margarida Antunes)

Populares criaram petição online que já tem mais de 2.900 assinaturas. Moradora enviou vídeo para reunião de câmara onde lamenta inércia do presidente Jorge Faria.

A morte da pequena Beatriz, de quatro anos, numa violenta colisão entre dois automóveis no Entroncamento intensificou as críticas da população contra a falta de segurança na cidade e acentuou a animosidade de alguns moradores em relação à comunidade cigana, bem patente nas redes sociais. Um grupo de cidadãos criou uma petição pública online, que já tem mais de 2.900 assinaturas, onde lamentam o “aumento de insegurança” e exigem que a nova esquadra da PSP do Entroncamento seja construída e que haja um reforço de efectivos, assim como a renovação dos seus elementos.
Na última reunião de câmara, que decorreu em formato online, uma moradora, Elsa Santos, enviou um vídeo onde afirma que esta era “uma tragédia anunciada há muito tempo” e acusou o presidente da Câmara do Entroncamento, o socialista Jorge Faria, de “inércia” em relação à questão da insegurança. “Parece que existem pessoas acima da lei nesta cidade. Todos temos conhecimento das corridas, dos ralis, condutores sem carta de condução e nada acontece. Não queremos fazer como o senhor e deixar esta cidade ao abandono. Quanto mais sangue será necessário para se tomarem medidas que evitem situações como esta morte”, criticou Elsa Santos.
Jorge Faria disse não comentar opiniões mas garantiu que o seu executivo não fecha os olhos à insegurança. “Tudo temos feito para tentar inverter esta situação. A segurança das pessoas e bens é responsabilidade da PSP. Temos insistido para que haja melhorias na esquadra e reforço de meios humanos”, sublinhou o autarca em sessão camarária.

PSP confirma queixas e propostas

Em resposta a O MIRANTE o Comando Distrital da PSP de Santarém afirmou que a Polícia vai propor à Câmara do Entroncamento a “colocação de passagens de peões elevadas e bandas sonoras em algumas artérias que sirvam como desincentivo à prática de velocidade excessiva”, refere. A PSP confirmou ainda que tem recebido queixas sobre “eventuais acelerações e piões” efectuados em algumas artérias do Entroncamento. “Incentivamos os cidadãos a denunciarem essas situações porque ser-nos-á útil no combate ao fenómeno”, sublinha.
Esta morte veio aumentar as queixas e descontentamento de moradores contra a comunidade cigana acusando alguns dos seus elementos de não respeitarem as regras de circulação automóvel e de constituírem um foco de insegurança. Nas redes sociais são muitas as críticas ao executivo municipal liderado por Jorge Faria, a quem acusam de não se preocupar com a segurança. Os vereadores do PSD recordaram, na última sessão camarária, que a questão da insegurança tem sido um assunto sempre levantado pelos social-democratas no Entroncamento.
Uma das propostas do PSD para integrar o Orçamento de 2022, que não foi aceite, era a colocação de um sistema de videovigilância em vários pontos do concelho. “Nas duas reuniões de câmara anteriores alertamos e denunciamos comportamentos de risco em vários locais da cidade. Manifestamos, mais uma vez, a necessidade de resolução deste problema. Estamos disponíveis para colaborar no que for preciso”, destacou o vereador Rui Madeira.

Irmão de Beatriz teve alta hospitalar e já está em casa

O irmão de Beatriz já teve alta hospitalar. Gabriel Pereira, de 13 anos, foi transportado em estado grave para o Hospital de Abrantes, onde foi operado. Foi transferido nessa mesma noite para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, uma vez que precisava de cuidados intensivos pediátricos. A mãe teve alta dois dias depois do acidente. O funeral de Beatriz decorreu a 2 de Fevereiro, em Pussos, Alvaiázere, onde tinha raízes familiares.
O acidente mortal ocorreu no dia 28 de Janeiro, no cruzamento entre a Rua da Barroca e a Rua da Maruja, na zona do Casal do Grilo. Beatriz, a mãe e o irmão ficaram encarcerados no interior do carro. A menina, que seguia no banco de trás, numa cadeirinha apropriada, entrou em paragem cardiorrespiratória tendo o óbito sido declarado à chegada ao Hospital de Torres Novas. O condutor do outro veículo envolvido saiu ileso do acidente.

Abaixo-assinado a pedir lombas foi para a gaveta

Há cerca de seis meses um cidadão criou um abaixo-assinado, que juntou mais de 150 assinaturas, a pedir a colocação de lombas redutoras de velocidade, que entregou ao presidente do município. Um pedido que não foi atendido. “Se tivessem sido colocadas lombas para reduzir a velocidade dos carros que por ali passam talvez esta morte pudesse ter sido evitada”, lamentou numa página dedicada ao concelho do Entroncamento.

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