Sociedade | 25-01-2022 10:00

Morte de recluso na cadeia de Alcoentre vai continuar a ser notícia

Prisão de Alcoentre

Familiares de homem que morreu na prisão acusam guardas prisionais de homicídio e ponderam avançar com queixa-crime. Os resultados preliminares da autópsia não revelam lesões traumáticas causadoras da morte, diz o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. O caso está a ser investigado.

A família de um recluso do Estabelecimento Prisional de Alcoentre, concelho de Azambuja, que acabou por morrer depois de ter sido encontrado inanimado na cela, acusa os guardas prisionais de serem os responsáveis pela morte do homem. Segundo a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), foi aberto um inquérito para apurar as circunstâncias da morte e os dados preliminares da autópsia, conhecidos na segunda-feira, 17 de Janeiro, “não revelam lesões traumáticas causadoras da morte”, anunciou o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF).
O filho do recluso, Joel Cesteiro, que esteve em vigília à porta da cadeia, diz ter provas em como os guardas prisionais agrediram até à morte o seu pai, Miguel Cesteiro, e pondera avançar com queixa-crime. O recluso, recorde-se, chegou a ser assistido pela enfermeira e pelo médico de serviço no estabelecimento prisional mas não conseguiram reverter a situação sendo declarado o óbito no local. O corpo foi encaminhado para o Gabinete Médico Legal de Vila Franca de Xira para autópsia, que foi realizada dois dias após a morte, tendo ainda sido realizadas “colheitas para a concretização de exames complementares laboratoriais” cujos resultados ainda não são conhecidos.
A DGRSP adiantou ainda que o recluso já estava a ser acompanhado clinicamente por lhe ter sido diagnosticada escabiose (sarna), “o que obrigava a que permanecesse sem interagir com a restante população reclusa”, por decisão do clínico geral e psiquiatra que o observaram.
Também a Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso veio pronunciar-se sobre o caso garantindo que o recluso sofreu durante três dias surtos psicóticos sem que lhe tenha sido prestada a devida assistência médica, situação negada pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

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