Sociedade | 10-01-2022 15:00

Município da Chamusca “afogado” em dinheiro não sabe como utilizá-lo

Município da Chamusca “afogado” em dinheiro não sabe como utilizá-lo

Câmara da Chamusca vai ter mais de 17 milhões de euros para o exercício autárquico de 2022. De acordo com a gestão do município em 2021, onde sobrou mais de 6 milhões de euros, uma boa parte do dinheiro deverá ficar por gastar. Oposição fala em documento repleto de ideias e floreados.

O orçamento da câmara municipal da Chamusca para 2022 é de mais de 17 milhões de euros, um aumento de cerca de três milhões em relação ao orçamento do ano passado (14,2 milhões). O documento foi aprovado por maioria na última assembleia municipal do ano, que se realizou a 21 de Dezembro, com três votos contra dos eleitos pela coligação PSD/CDS e quatro abstenções da CDU.
Paulo Queimado (PS), presidente da autarquia, falou no orçamento “mais ambicioso” dos últimos anos e garantiu que não houve exagero na previsão de receitas. Simultaneamente destacou a entrada no orçamento de uma verba a rondar os 6,5 milhões de euros relativa ao saldo de gerência do ano passado. O valor resulta do facto de vários concursos públicos para empreitadas de grande dimensão terem ficado desertos, nomeadamente o da regeneração urbana, do arquivo histórico e municipal e o da requalificação da escola sede, empreitada entretanto já adjudicada a uma construtora.
No orçamento está contemplada uma verba para o sector da habitação que prevê a reabilitação de habitações para colocar no mercado de arrendamento a custos controlados, tendo em vista a fixação de jovens no concelho. O apoio às associações, às instituições particulares de solidariedade social (IPSS), à Educação e à Saúde são algumas das prioridades para 2022. Recorde-se que, relativamente à saúde, vai nascer uma nova unidade na zona alta da vila que foi adjudicada a uma empresa, depois de vários concursos desertos, por cerca de 1,3 milhões de euros. A obra tem um prazo de conclusão de um ano. O Centro Cycling – Centro de BTT do Arripiado, as áreas de serviço para autocaravanas e a requalificação da zona ribeirinha do Arripiado são outros projectos contemplados no orçamento.

ORÇAMENTO É UM CONJUNTO DE IDEIAS E FLOREADOS
Paulo Leitão, eleito pela coligação PSD/CDS, leu uma declaração para justificar o porquê do PSD/CDS ter votado contra o Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapas de Pessoal. O autarca referiu que o documento apresentado é “um conjunto de ideias e floreados, sem medidas concretas que interfiram com a vida real e quotidiana dos chamusquenses”. Paulo Leitão relembrou que o concelho perdeu 15,7% de população na última década, sendo que oito desses anos são com o PS à frente do executivo municipal. “O concelho da Chamusca está envelhecido, com baixa natalidade, baixo poder de compra e um baixíssimo nível de captação de investimento e de fomento à sedimentação de uma estrutura empresarial forte”, sublinhou.
O autarca lamentou ainda que os socialistas não tenham cumprido a promessa de colocar no orçamento as propostas das outras forças políticas que representam a oposição no executivo. “Ignoraram por completo as propostas que apresentámos e que serviam para conjugar esforços em prol do desenvolvimento do concelho. Com isso demonstraram vontade de governar contra as restantes forças com assento parlamentar local”, afirmou.

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