Sociedade | 14-02-2022 07:00

O maior simulador de voo do país nasceu em Vialonga

Nuno Batalha trabalha na Central de Cervejas e todos os seus tempos livres são dedicados à paixão pela aeronáutica

Sete anos depois de ter dado os primeiros passos com um simulador na garagem de casa, Nuno Batalha concretizou o sonho e criou o maior e mais real simulador do país, replicando um Airbus A320 onde já treinam pilotos nacionais e estrangeiros.

Levou O MIRANTE a conhecer os céus do concelho e por isso não hesita: aeroporto alternativo à Portela só se for em Alcochete.

É nos tempos livres, logo que sai do seu trabalho como técnico de gestão na Central de Cervejas, que Nuno Batalha, 49 anos, se dedica a uma das suas grandes paixões: a aeronáutica, tendo construído nos últimos anos aquele que é hoje um dos mais sofisticados simuladores de voo de um Airbus A320, um dos aviões comerciais mais usados em todo o mundo.
Nuno Batalha, natural do concelho de Vila Franca de Xira, ficou conhecido há sete anos depois de uma reportagem de O MIRANTE ter mostrado o simulador de um Boeing 737 que estava a construir na garagem da casa onde vivia, em Arcena, Alverca. Era na altura uma paixão que Nuno Batalha estava longe de imaginar que o ia fazer levantar voo na comunidade.
Actualmente a viver em Vialonga, Nuno Batalha investiu agora todo o dinheiro que tinha a adquirir uma máquina que está a dar que falar nos círculos da aviação nacional. Pilotos nacionais e estrangeiros já lhe pediram para usar o simulador de um A320. “Tenho pilotos de todo o país que estão a vir aqui treinar sobretudo situações inesperadas como avarias ou aterragens de emergência. Mas há pilotos de outros países que quando aterram em Lisboa pedem para me visitar, já tive gente de Itália, Suíça e Califórnia (Estados Unidos da América)”, conta. Um dos últimos grupos foi de pilotos da Ryanair.
Como já não tem garagem em Vialonga para ter os dois simuladores Nuno Batalha foi obrigado a comprar uma loja na vila onde agora colocou os simuladores à disposição da comunidade. É um apaixonado por informática e desde cedo gostava de jogar com simuladores de voo. Um dia decidiu ir mais longe e comprar mais uns acessórios. Até que os projectos nunca mais pararam de crescer.
Com três filhos nem sempre é fácil justificar em casa o desvio de dinheiro para essa actividade. “A família tem sido muito compreensiva porque tenho aqui posto muitos milhares de euros”, confessa. E apesar de ter hoje uma máquina de fazer inveja a muita gente Nuno Batalha já continua a amealhar para os próximos “brinquedos”: um simulador de aviões mais pequenos, tipo Cessna, e um simulador de helicópteros. “Quando vi um desses fiquei maluco, quero ter um e vou de certeza conseguir, aos poucos”, confessa.

Aeroporto em Alverca é má ideia

Na conversa com O MIRANTE, do qual é leitor, Nuno Batalha leva-nos numa curta viagem sobre o concelho e a pista de Alverca do Ribatejo, que diz não ser boa ideia para futura alternativa à Portela. “Alcochete é a melhor escolha e a alternativa viável. Não é longe e para a nossa qualidade de vida seria excelente não termos os aviões a aterrar e descolar em Alverca. Se fizerem um aeroporto no Montijo será um grande erro. As aves não vão sair do estuário do Tejo de um dia para o outro e será perigoso para as aeronaves”, defende. Nuno Batalha considera que, apesar de se falar muito do cluster aeronáutico de Alverca, a cidade tem feito pouco para promover a imagem ligada à aviação. “Desde que deixaram fugir o Museu do Ar para Sintra ficámos com um museu em ponto pequenino. Nunca devíamos ter permitido que saísse dali o museu. Devíamos tê-lo feito crescer e saber explorá-lo melhor”, remata.

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