Sociedade | 18-01-2022 18:00

Obras nas ruas principais de Azambuja preocupam comerciantes locais

Obras nas ruas principais de Azambuja preocupam comerciantes locais

Intervenção polémica no centro da vila de Azambuja arrancou na última semana e vai prolongar-se durante 10 meses. Os comerciantes entendem a necessidade da empreitada mas não consideram que esta seja a melhor altura.

As obras de requalificação e reabilitação das ruas Engenheiro Moniz da Maia e Vítor Córdon, as principais artérias da vila de Azambuja, arrancaram na primeira semana do ano e vão prolongar-se por 10 meses, divididas em várias fases. Os trabalhos vão causar constrangimentos no acesso às lojas, que se vão traduzir em prejuízos para os comerciantes que ainda tentam reerguer-se da crise trazida pela pandemia de Covid-19.
O ourives Carlos Henriques, comerciante mais antigo da vila, lembra que a Rua Engenheiro Moniz da Maia já foi alvo de três obras de requalificação com substituição do piso. “Primeiro puseram pedra, depois alcatrão, novamente pedra e agora, à quarta intervenção, vão voltar ao alcatrão”, referiu. E embora compreenda a necessidade das obras, até porque “a rua está uma vergonha”, entende que os comerciantes deveriam ser compensados pelo prejuízo que vão ter durante este período. “Dar dinheiro não digo, mas se a câmara nos compensasse baixando as taxas que pagamos ou, por exemplo, na factura da água já era uma boa ajuda”, defende o proprietário da Ourivesaria Confiança.
Também a florista Suzete Varino teme que o cenário se volte a repetir: “Quando fizeram a última obra a rua ficava deserta, nem pessoas nem carros. Havia dias que não entrava ninguém na minha loja e eu para descarregar a mercadoria tinha que percorrer uns bons metros carregada”, conta a O MIRANTE anunciando que “o mais provável é fechar” quando as obras estiverem à sua porta.
Ao contrário da florista, Catarina Jordão, proprietária de duas lojas de pronto a vestir na Rua Engenheiro Moniz da Maia, fez questão de estar presente na sessão de esclarecimentos promovida pela Câmara de Azambuja sobre a empreitada. “Ninguém falou em compensações”, atira, concordando que seria uma medida justa tendo em conta que “todos os comerciantes vão ser prejudicados quando a rua estiver toda esburacada”.
A lojista não deixa de referir que apesar da preocupação com as quedas nas vendas ficou “muito agradada” com as imagens do projecto final. “As ruas vão ficar muito mais apelativas para um passeio a pé. Agora, tentar circular no passeio com um carrinho de bebé é uma aventura, já para não falar da água que se acumula quando chove”, sustenta.

Obra gerou polémica no anterior mandato

O assunto foi abordado na última reunião do executivo camarário de Azambuja pela vereadora do Chega, Inês Louro, que já no tempo em que era presidente da Junta de Freguesia de Azambuja não concordava que o município fosse gastar verba para voltar a trocar o empedrado por alcatrão. Na altura chegou a entregar ao anterior presidente do município, Luís de Sousa, uma moção aprovada em assembleia de freguesia contra o projecto.
Insistindo que a “obra está mal idealizada”, Inês Louro questionou o presidente do município, Silvino Lúcio se estão previstas compensações financeiras para os comerciantes que “vão ver os seus negócios prejudicados”. O autarca não adiantou se pondera ou não essa medida, que até agora não esteve prevista.
Além da substituição do empedrado por betuminoso a intervenção inclui a remodelação e reforço do sistema de drenagem de águas pluviais, renovação integral da calçada e dos lancis dos passeios. De acordo com a autarquia, pretende-se harmonizar o espaço público, aumentar a segurança de peões e automobilistas, privilegiar a circulação pedonal procurando reduzir obstáculos e constrangimentos e disciplinar o estacionamento automóvel.

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