As indústrias sediadas no concelho de Vila Franca de Xira que decidam adoptar energias verdes, como a eólica ou solar, vão ficar dispensadas de apresentar uma avaliação ambiental estratégica sempre que decidam instalar esses equipamentos. O regulamento do Plano Director Municipal (PDM) em vigor vai ser alterado no que diz respeito aos solos classificados como estrutura ecológica urbana passando a enquadrar neles a produção de energia renovável. A proposta, apresentada pelo presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, foi aprovada por unanimidade em reunião pública do executivo.
A alteração terá um prazo de elaboração de seis meses até entrar em vigor e um período de consulta pública de 15 dias. O objectivo da alteração é reduzir a pegada ecológica das indústrias do concelho mas também diminuir a factura energética que estas pagam. “São as actividades económicas quem mais contribui para a carbonização do nosso ambiente e o nosso concelho tem um pendor industrial muito forte. É preciso dar esta mensagem clara de apoio e incentivo ao uso de energias renováveis”, explica o autarca.
A questão da descarbonização do concelho foi uma das bandeiras de campanha de Fernando Paulo Ferreira, que agora diz estar a tomar o primeiro passo no caminho para mudar o paradigma da indústria no concelho. “Esta alteração permite que a indústria, nos terrenos classificados como estruturas ecológicas urbanas, possa passar a investir em energias renováveis com maior facilidade”, sublinhou.
Apesar de a proposta merecer o voto favorável da CDU, Nuno Libório não deixou de lamentar que não é só a indústria que gera problemas no ambiente municipal. “Não estamos descansados com os problemas ambientais ainda existentes no concelho. Mas convém não esquecer os impactos negativos destas actividades. Recorde-se a mancha de pinheiros que abatemos na Fonte Santa (Vialonga) para instalar estruturas eólicas de energia renovável”, lamentou. David Pato Ferreira, da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, concorda com a alteração ao PDM mas lembra que a mesma deveria também contemplar cidadãos particulares.