Sociedade | 20-06-2022 18:00

Pegadas dos dinossauros não entusiasmam população do Bairro em Ourém

Monumento das Pegadas dos Dinossauros teve recentemente um investimento de 255 mil euros mas a população do Bairro ainda não factura com os turistas

Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios foi alvo de um investimento de 255 mil euros, mas isso não faz rejubilar a população do Bairro, onde se situa. Em 25 anos de descoberta do monumento os estabelecimentos da zona pouco ou nada ganharam com a atracção turística.

O Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios continua a não ser uma mais-valia para economia e movimento da localidade do Bairro, concelho de Ourém. Se antes os turistas ainda paravam nos estabelecimentos da localidade, como o posto de combustível, agora nem isso porque a sinalética foi reforçada e há placas identificativas que levam as pessoas directamente à Pedreira do Galinha, onde há 25 anos foram descobertas as pegadas.
A nova sinalização vertical, que chama a atenção até aos mais desatentos, fez com que os turistas deixassem de ter necessidade de perguntar pela localização. Antes acompanhada das perguntas sobre a localização ainda se vendia um café ou outro. Agora nem isso. Francisco Dias, proprietário do Café Barreiro, que tem vista privilegiada para o estacionamento do monumento, diz que vê mais visitas de estudo ou grupos de turistas do que aqueles que vêm em passeio de família.
Francisco Dias confessa que não vê grande interesse no monumento, apesar de reconhecer a importância histórica, acrescentando que das duas ou três vezes que lá esteve mal conseguiu distinguir o que eram pegadas e o que eram buracos nas pedras. Confessa ainda que para ele tanto lhe faz se está aberto e se tem muita ou pouca gente uma vez que pouco ou nada acrescenta à clientela, que se resume muito aos clientes habituais. “Um ou outro param aqui à procura, mas é muito raro, no máximo três ou quatro por ano, se tanto”.
O monumento foi agora renovado através de um investimento conjunto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Associação de Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros (ADSAICA). Na localidade não se vê gente entusiasmada com tal investimento que pretende melhorar as condições do espaço e da visitação, com uma aposta na valorização turística do espaço, inserido no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, considera que o monumento tem um enorme potencial turístico e que pode ser aproveitado estando integrado nos roteiros turísticos da cidade de Fátima. O parque tem tido um número crescente de visitantes de ano para ano, com excepção de 2020 e 2021, por causa da pandemia da Covid-19, em que acabaram por encerrar, aproveitando esse tempo para proceder às renovações. Foram executados trabalhos de conservação e preservação da laje com as pegadas, para diminuir os efeitos da erosão por factores ambientais, construído um passadiço elevado de madeira que permite uma melhor visualização das pegadas e a visita a pessoas com mobilidade reduzida.
As obras, que custaram 255 mil euros, incidiram ainda no desenvolvimento do centro de interpretação, um projecto museológico com recursos tecnológicos e audiovisuais que faz o enquadramento científico do monumento, desenvolvido pelos técnicos do ICNF em conjunto com Galopim de Carvalho, o “Avô dos Dinossauros”. O doutor em Geologia relembrou o valor histórico da jazida, bem como o seu potencial turístico, deixando ainda várias ideias como a realização de sessões nocturnas ou sessões interactivas.

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