Sociedade | 13-02-2022 06:59

Perda de população é o grande desafio ao desenvolvimento de Constância

Perda de população é o grande desafio ao desenvolvimento de Constância

Conferência “Crescimento e Sustentabilidade na região de Constância” juntou à mesa autarcas e diferentes agentes económicos do concelho para debater o futuro.

A questão demográfica e o declínio populacional, a par do excesso de burocracia na gestão do território, muitas vezes impeditivo da fixação de pessoas e concretização de investimento, são os principais desafios ao desenvolvimento do município de Constância.

As conclusões são de Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, apresentadas na conferência “Crescimento e Sustentabilidade na região de Constância” e que juntou à mesa os diferentes agentes económicos do concelho para debater o futuro desse município ribeirinho, em sessão organizada pela autarquia e Grupo Editorial Vida Económica.

“O desafio chapéu de tudo é a questão demográfica”, disse Sérgio Oliveira, tendo notado que, não sendo um problema exclusivo deste município, Constância tem vindo a perder população – 200 pessoas segundos os Censos de 2021 – “180 das quais na freguesia de Santa Margarida da Coutada”, uma das três freguesias do concelho e a única separada das demais pelo rio Tejo. O concelho tinha 3.801 habitantes segundo os Censos 2021, menos 6,3% relativamente a 2011,

Na leitura do autarca, os números indicam que o concelho “está a fixar e a crescer a duas velocidades”, com as freguesias de Constância e Montalvo, “na margem norte, a fixar população e a fixar empresas”, e Santa Margarida da Coutada, na margem sul, a perder população e com mais dificuldades na sua afirmação” no contexto do desenvolvimento concelhio.

A relação directa estabelecida foi a localização e as acessibilidades, com as “freguesias a norte bem servidas” pela proximidade de vias rápidas, como a A23, A1 e A13, e com a zona a sul a ressentir-se da “falta de uma nova travessia sobre o Tejo e que permita a passagem de veículos pesados e onde se circule nos dois sentidos”, o que agora não sucede, num “problema com décadas”, sublinhou Sérgio Oliveira.

O autarca socialista insistiu na “necessidade de o país, como um todo, tomar medidas efetivas para apoiar a natalidade e inverter este ciclo negativo de declínio populacional das últimas décadas”, a par da necessidade de “deslocalização de um conjunto de investimentos privados do litoral para o interior” do país.

Sérgio Oliveira destacou ainda a “burocracia” e os “instrumentos de gestão do território” como outros entraves ao crescimento e desenvolvimento de Constância. “No mesmo território continuamos a ter três ou quatro entidades a mandar, a exigir pareceres e autorizações, o que limita, em muito, aquilo que é a capacidade de investimento do município e de particulares, com excessiva burocracia e morosidade” na condução de processos, afirmou, defendendo a necessidade de uma “reforma administrativa profunda”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo