No dia em que o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) iniciou o ano lectivo com uma sessão solene O MIRANTE conversou com três estudantes da instituição que anteciparam o seu futuro e partilharam alguns dos seus anseios. Maria Moreira, Carolina Gadanho e Rogério Rodrigues falaram sobre os seus maiores medos e objectivos em relação ao curso que escolheram, abordando também a questão do alojamento, bem como da sua relação com a cidade.
“O meu maior receio é não arranjar trabalho na minha área”, afirma Maria Moreira, natural do Porto e aluna do curso de Fotografia do IPT. A mesma opinião tem Carolina Gadanho, que frequenta a licenciatura em Design e Tecnologia das Artes Gráficas. “Acabar o curso e não arranjar logo emprego também me assusta”, diz a estudante nascida no Fundão, que já ponderou fazer ERASMUS e não exclui a hipótese de trabalhar no estrangeiro.
Rogério Rodrigues garante que não tem receios. “A minha área de trabalho tem muitas ofertas de emprego. Talvez o maior medo, e penso que seja geral, é chegarmos a um trabalho e não estarmos preparados para o realizar. Mas por isso é que já fiz vários estágios para ir ganhando bagagem e tarimba”, refere, acrescentando que também não coloca fora de hipótese emigrar durante alguns anos.
O aluno do curso de Engenharia Electrotécnica e de Computadores vem todos os dias da cidade vizinha de Torres Novas evitando assim um dos grandes problemas dos jovens que actualmente frequentam o ensino superior: o alojamento. “O alojamento é bastante caro, mais que o ano passado, sendo que algumas casas não têm condições para o preço que pedem”, alerta Maria Moreira. Para a portuense o maior encanto de Tomar é a praxe. “O que mais me tocou foi o modo como fui recebida”, confessa a aluna de fotografia. Carolina Gadanho confessa-se surpreendida com a beleza da cidade de Tomar. “Nunca tinha vindo cá, entrei aqui de páraquedas e apaixonei-me à primeira vista. Também gostei de participar na praxe porque me ajudou a integrar melhor”, disse a aluna de Design.
Aumento do número de alunos
João Coroado, presidente do IPT, partilhou no discurso de abertura da sessão solene que a instituição regista até ao momento 1.064 estudantes matriculados no primeiro ano, num total de 2.371 alunos. “É um aumento de nove por cento face ao ano passado. Se o abandono não fosse tão expressivo, um flagelo que anda à volta dos 30%, estaríamos acima do objectivo que queremos alcançar”, disse.
No auditório Pacheco de Amorim marcaram presença, entre outras individualidades, os presidentes de câmara de Abrantes, Manuel Valamatos, o presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere, Bruno Gomes, o presidente do município do Entroncamento, Jorge Faria, e Joaquim Cabral, vereador na Câmara de Torres Novas.