Sociedade | 24-06-2022 21:00

Politécnico de Tomar quer ser exemplo de igualdade, inclusão e diversidade

IPT continua a apostar na igualdade e na inclusão e promoveu um programa intensivo misto entre 6 e 10 de Junho.

Nos próximos três anos o Instituto Politécnico de Tomar vai implementar o Plano de Igualdade de Género, Inclusão e Diversidade, que assenta em valores como o respeito e a valorização do que une e diferencia a comunidade académica. Instituição recebeu profissionais de 15 universidades europeias para debater o assunto.

O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) assume-se como uma instituição que tem uma política de inclusão independente de género, etnia ou religião e por isso vai implementar nos próximos três anos um plano para a Igualdade de Género, Diversidade e Inclusão. O plano, segundo Rita Anastácio, pró-presidente do IPT, tem como principal objectivo contribuir activamente para a concretização de objectivos de desenvolvimento sustentável e para um ambiente mais tolerante e inclusivo na instituição.
Na sua opinião, ainda faltam pessoas que se interessem pela área e as instituições de ensino ainda não estão totalmente preparadas para debater estes assuntos. Por isso, o plano, elaborado por uma equipa multidisciplinar e baseado em diagnósticos de dados e inquéritos, traz para cima da mesa um conjunto de temas que prometem, se forem bem trabalhados, melhorar o ambiente que se vive dentro do IPT.
Rita Anastácio sublinha que, para desenvolver estas políticas, tem sido realizado um trabalho interno para dotar os colaboradores, docentes e não docentes, de mecanismos que ajudem a compreender e a valorizar o que une e diferencia as pessoas. Questionada por O MIRANTE sobre políticas de prevenção da ocorrência de fenómenos como o bullying, por exemplo, a pró-presidente salienta que o IPT tem procurado encontrar ferramentas que envolvam a comunidade escolar para combater os casos que acontecem pontualmente. “Temos apostado na sensibilização. Temos um grupo de mentoria que faz um trabalho mais diversificado e que actua no terreno, falando com os estudantes e acompanhando situações mais críticas. Também nos preocupamos em sensibilizar directores e representantes de alunos”, sublinha.

Universidades europeias investem na temática
O IPT realizou, entre 6 e 10 de Junho, um BIP – Programa Intensivo Misto, no âmbito do Programa Erasmus +. O programa versou sobre a temática da igualdade de género, diversidade e inclusão nas instituições de ensino superior e contou com a participação de 20 docentes, investigadores e outro staff de 15 universidades europeias. Através de diferentes workshops o programa promoveu a troca de boas práticas sobre a implementação de planos de igualdade de género e políticas internas que promovam a igualdade de oportunidades, um ambiente de inclusão e que previnam qualquer tipo de discriminação.

Dar mais poder às mulheres

Katarzyna Jach faz parte da equipa de investigação científica da Wroclaw University Science and Tecnology, na Polónia, e foi uma das participantes com quem O MIRANTE conversou. Considera que ainda existem muitas pessoas nas instituições de ensino que não adoptam políticas de igualdade, inclusão e diversidade. “Podemos ter planos e ideias no papel, mas se não conseguirmos mudar mentalidades não vamos a lado nenhum”, sublinhou.
Ali Bicki foi o único participante masculino no Programa Intensivo Misto. Veio como representante da Iskenderun Technical University, na Turquia, e não tem dúvidas de que as empresas e instituições devem repensar os seus modelos de gestão e dar mais poder às mulheres. “A Turquia foi dos primeiros países a trabalhar nas questões da igualdade, mas andámos para trás por termos estado muitos anos em guerra. Existem 60% de mulheres no nosso país. Qual é a solução? Dar mais poder às mulheres”, vinca, acrescentando que a educação tem um papel fundamental nesta matéria e que os pais e professores devem desenvolver este pensamento nos seus filhos desde a primeira década de vida.

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