Os mais de dois mil utentes da freguesia de Santo Estêvão, concelho de Benavente, voltaram a ficar sem médico de família depois de o único profissional que estava desde o ano passado a dar consultas em regime de avença ter deixado a unidade de saúde local. A situação está a preocupar os autarcas e a população que vive a cerca de 15 quilómetros da freguesia de Benavente, onde fica a unidade de saúde mais próxima e que também não tem o número de médicos suficiente. Em todo o concelho estima-se que haja perto de 10 mil utentes sem médico de família atribuído.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, falou na última reunião do executivo numa situação “caótica na prestação de cuidados primários de saúde” no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo, salientando que a autarquia tem tentado resolver um problema que é da responsabilidade da administração central.
Segundo o autarca, o contacto da câmara municipal com o ACES do Estuário do Tejo tem sido permanente, mas o problema persiste, pois embora haja vagas nos concursos da especialidade não há médicos a concorrer em número suficiente. A solução, ainda que provisória, adiantou, poderá estar num acordo entre a Administração Regional de Saúde e a Misericórdia de Benavente que visa a contratação de uma médica para prestar serviço de 20 horas semanais.
O autarca da CDU, que respondia à vereadora Sónia Ferreira (PSD) que questionou se o problema na fixação de médicos em Santo Estêvão está relacionado com a falta de condições na extensão de saúde, que está para ir a obras há três anos. Carlos Coutinho disse que foram motivos exclusivamente pessoais a ditar a saída do médico acrescentando que não detinha contrato de exclusividade com a Administração Regional de Saúde.
Já em Janeiro de 2021, recorde-se, a população de Santo Estêvão tinha ficado sem a única médica de família. A Administração Regional de Saúde conseguiu no último Verão contratar provisoriamente o médico que agora decidiu deixar a extensão de saúde.