O distrito de Santarém vai ter 844 novas camas em estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) e vão ser remodeladas muitas dessas unidades de acolhimento. Tudo isso graças a um investimento de cerca de 28,6 milhões de euros através do PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais). A informação foi dada pelo director distrital da Segurança Social de Santarém, Renato Bento, durante uma sessão online sobre “Envelhecimento – Respostas Seniores do Futuro”, que decorreu no dia 23 de Fevereiro.
Renato Bento referiu ainda que o Serviço de Apoio Domiciliário deve ser a resposta do futuro ao nível das populações idosas. “Este serviço vai ao encontro da vontade das pessoas que preferem manter-se em casa, onde têm as suas coisas e as suas memórias apesar de perderem capacidades. Temos que ir um pouco além do que tem sido feito”, afirmou o responsável, acrescentando que, no âmbito do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), vão ser abertas candidaturas para Serviço de Apoio Domiciliário.
O director distrital da Segurança Social lamentou que se assista, por vezes, ao abandono de idosos por parte dos seus familiares. “Os familiares dos idosos deveriam ser co-responsabilizados porque muitas vezes deixam-nos em instituições, ou até mesmo em hospitais, e abandonam-nos. Isto não pode acontecer. Os processos de apoios aos idosos está em permanente construção e tem que ir sendo aperfeiçoado por todos nós”, sublinhou Renato Bento.
O presidente da Câmara de Santarém também demonstrou a sua preocupação em relação ao envelhecimento da população. Ricardo Gonçalves explicou que, no concelho de Santarém, em 2011 havia 22,8% de pessoas com mais de 65 anos e em 2021 havia 26,3% de pessoas com mais de 65 anos, ou seja, um quarto da população do concelho. “Santarém está acima do Índice de Envelhecimento Nacional com 204 idosos por cada 100 jovens. São desafios que temos para as próximas décadas. Temos que nos adaptar aos novos dias e perceber que a esperança média de vida vai aumentando e temos que criar as melhores condições para os mais velhos”, afirmou Ricardo Gonçalves. “As instituições, assim como o Estado e os autarcas, têm que perceber o que é necessário fazer para melhorar e ir ao encontro daquilo que os nossos idosos querem”, referiu.
O vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Caldas de Almeida, que também foi um dos oradores do webinar, alertou para a necessidade de se olhar para o futuro e para a realidade que os mais velhos vão viver a última fase das suas vidas. “Temos que viver o nosso envelhecimento de maneira diferente. Se calhar vamos querer trabalhar até mais tarde para não estarmos parados. Cada vez vão existir mais pessoas que pretendem manter a qualidade de vida apesar das limitações da idade e temos que saber dar resposta a isso”, sublinhou.