Sociedade | 24-01-2022 13:27

Queimada de grandes dimensões em Tomar gera polémica

Queimada de grandes dimensões em Tomar gera polémica

Uma empresa ordenou uma queimada de sobrantes de eucalipto em 40 hectares de uma propriedade situada próximo da cidade de Tomar. Associação Quercus afirma que destruição de sobrantes é uma má prática e que tem graves consequências para o ambiente.

Uma queimada de grandes dimensões de sobrantes de eucaliptos numa propriedade com 40 hectares, situada entre Porto de Cavaleiros e o Cadaval, na freguesia da Pedreira, concelho de Tomar, fez a Quercus emitir um comunicado a exigir a alteração da regulamentação sobre o uso de fogo. A lei entrou em vigor no início do ano e já teve uma alteração e uma rectificação, mas a associação ambientalista defende a necessidade, em relação às queimadas, do recurso a alternativas para os sobrantes, como a compostagem ou trituração, no âmbito do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). “Perante o agravamento da crise climática, urge abandonar esta prática”, pode ler-se no comunicado.

A nota refere que a Altri Florestal realizou, no início da semana, durante dois dias, uma queimada em 40 hectares de sobrantes de exploração de eucaliptal, numa propriedade localizada próximo da cidade de Tomar, com o fumo a afectar parte dos concelhos de Tomar e de Ourém, até à zona de Fátima e de Leiria. Pelo caminho ocorreu uma queda de cinzas, com faúlhas de material particulado de folhas de eucalipto, pelo menos até 12 quilómetros de distância do concelho de Ourém, lê-se.

Para a Quercus, “fazer queimadas para destruição de sobrantes da exploração florestal em eucaliptais ou pinhais é uma má prática, devido aos impactes que tem, não apenas na propriedade através da queima de alguns sobreiros e outra vegetação autóctone que estava no subcoberto, mas com o arrastamento de cinzas para as linhas de água e sobretudo as emissões poluentes para a atmosfera”. A associação considera que a queimada só é efectuada por ser a forma mais barata da empresa se desfazer dos sobrantes da exploração, sendo que a compostagem e trituração são preferíveis ao uso do fogo, o qual aumenta as emissões de Dióxido de Carbono e de partículas inaláveis. A associação apresenta como alternativas para as queimadas a deposição para compostagem ou a trituração dos sobrantes, com incorporação da estilha na matéria orgânica do solo, aumentado a sua fertilidade.

A empresa Altri Florestal confirmou à Lusa a “execução de um fogo controlado com o objectivo da eliminação de sobrantes de exploração”, salientando que a operação foi feita “de acordo com o previsto na lei”. A empresa juntou a autorização do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) obtida pela empresa subsidiária Afocelca, responsável pela execução da operação, adiantando que foram informados os bombeiros e as autoridades locais e seguidas todas as recomendações. “Salientamos que a utilização desta prática pretende evitar a ocorrência de grandes incêndios rurais, reduzindo desta forma o risco de incêndio”, vinca.

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