Ruy de Carvalho e Alice Vieira estiveram na tarde de quinta-feira, 27 de Outubro, no 66.º aniversário do Cine-Teatro Virgínia, em Torres Novas. O actor e a escritora/jornalista foram os protagonistas de uma tertúlia integrada na exposição “retratos contados de Ruy de Carvalho”, que esteve patente na sala de espectáculos torrejana durante todo o mês de Outubro.
A meio da tertúlia o actor português mais velho no activo foi confrontado por uma espectadora com o facto de até ali não se ter referido muito ao Ribatejo. “Trago Santarém no coração”, retorquiu Ruy de Carvalho, recordando a sua lua-de-mel: “Quando me casei, em 1954, fiz a minha lua-de-mel em Santarém, no Abidis. Gosto muito de Santarém”, revelou.
Alice Vieira tem também uma ligação forte com o distrito de Santarém, uma vez que os seus pais são naturais das Lapas, concelho de Torres Novas. “Toda a minha família é de cá, o meu filho agora vive cá, a minha nora vive cá, os meus netos não vivem cá agora porque estão no estrangeiro… Gosto muito de vir às minhas raízes”, confessou.
Ruy de Carvalho tem também ligação a Torres Novas. “Fui muito amigo de um torrejano chamado Zuzarte Reis, trabalhei com ele na Rádio Renascença”, contou. Para o actor “ser velho é uma coisa em que não vale a pena pensar”. “Há uma coisa certa na vida e só demora um segundo, mas há outra que se mantém sempre em nós, que é o espírito. O espírito não tem rugas”, sublinhou.
Ruy de Carvalho ainda teve tempo de brincar com a morte. “Vou dizer uma asneira, não me levem a mal. Quero ser cremado, ou cromado, como gosto de dizer. Quando começar a descer não quero que ninguém esteja triste porque irei com os ‘tomates’ grelhados”, atirou provocando uma gargalhada geral.