Ryanair deixa ao “Deus dará” mais de 400 pessoas no aeroporto do Porto
A maior companhia aérea low cost da Europa deixou mais de quatro centenas de passageiros entregues ao seu destino, depois de dois aviões terem sido desviados para o aeroporto Francisco Sá Carneiro. Ryanair prometeu levar as pessoas de volta para Lisboa, mas ao fim de quatro horas de espera, anunciou que não ia cumprir com o prometido.
Mais de 400 passageiros, que viajavam para Lisboa vindos de Roma e Berlim, estiveram sem sucesso mais de quatro horas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, à espera que a Ryanair cumprisse a promessa de os levar para o seu destino final. A maior companhia aérea low cost da Europa prometeu levar as pessoas para a capital do país em autocarros, mas depois das horas de espera, e da garantia que os autocarros iriam chegar, os seus funcionários acabaram por anunciar que tal não iria acontecer. As famílias com crianças e alguns idosos conseguiram viajar para Lisboa no único autocarro disponibilizado pela companhia aérea.
A revolta das restantes duas centenas de passageiros foi bem visível. Segundo uma testemunha de O MIRANTE no local, as pessoas mostraram-se indignadas pela forma como foi gerido o processo e por a companhia ter deixado tanta gente à espera por uma solução que não aconteceu. Muitos dos passageiros afirmaram que podiam ter resolvido a sua vida e chegado a Lisboa ainda nessa noite, se a Ryanair não tivesse prometido algo que desde sempre sabia que não iria conseguir cumprir. A maior parte dos passageiros ficou a dormir no aeroporto, alguns viajaram de comboio de madrugada e outros alugaram carro e ainda viajaram na noite de 1 de Julho.
O facto da Ryanair ter providenciado apenas quarto para 20 casais num hotel da cidade portuense deixou os restantes passageiros revoltados pelo desprezo e falta de consideração da companhia aérea.
Mais de metade dos passageiros fizeram queixa no livro de reclamações e afirmaram que vão pedir o reembolso do dinheiro que gastaram na viagem do Porto para Lisboa.
Recorde-se que o episódio aconteceu na noite de sexta-feira, 1 de Julho, devido ao encerramento da pista de aterragem do Aeroporto de Lisboa depois de uma avaria num avião particular de um chefe de Estado que participou na Conferência dos Oceanos.