O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) assume como prioridade assistencial para 2022 a saúde mental dos utentes jovens estando previsto um reforço das respostas em Pedopsiquiatria, que vai permitir criar mais e melhores condições de apoio para mitigação do impacto negativo que a pandemia tem gerado ao nível psicológico.
O CHMT realizou um encontro interdisciplinar que teve como tema “efeitos da pandemia na aprendizagem escolar” e que contou com a presença dos Agrupamentos de Escolas Templários, Nuno Santa Maria, Ferreira do Zêzere, Ourém e da Federação Concelhia das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Tomar.
As alterações no modo de vida e na socialização, assim como no processo de aprendizagem escolar das crianças, em especial as que frequentam o primeiro ciclo, foram os dois temas mais debatidos. A reunião abordou também o facto da falta de actividades ao ar livre ter agravado a agitação, a impulsividade, o défice de atenção e aumentar o problema da obesidade infantil. A dificuldade na utilização das plataformas digitais, a inexistência de equipamento adequado e a alteração da vida familiar e escolar, com o advento do teletrabalho, também foram assuntos que estiveram em cima da mesa. Para atenuar estes efeitos, a partir de Fevereiro vai ser implementada uma maior interacção entre a Consulta de Desenvolvimento do CHMT e os Agrupamentos de Escolas permitindo actuar precocemente no domínio das respostas em saúde mental.
A nível global, segundo as últimas estimativas disponíveis da Unicef, calcula-se que mais de uma em cada sete crianças, com idades entre os 10 e 19 anos, viva com algum transtorno mental diagnosticado. Alguns dados do ano passado do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, revelaram que o número de crianças e jovens que tiveram contacto com a Pedopsiquiatria, com problemas de ansiedade e humor, aumentou quase 50% no início de 2021, em comparação o início de 2020.