Sociedade | 18-02-2022 18:00

Sejam rosas ou tulipas o importante é oferecer flores no Dia de São Valentim

A paixão de Margarida Guedes por flores vem desde a infância. Maria da Graça é produtora de flores há mais de quatro décadas

Uma reportagem de O MIRANTE a propósito do Dia dos Namorados que se assinala a 14 de Fevereiro.

Margarida Guedes, natural do Forte da Casa, é florista e gosta de explicar aos clientes que a verdadeira cor do amor é o violeta uma vez que o vermelho é a cor do sangue e da paixão. Maria da Graça é produtora de flores há mais de 40 anos no Frade de Baixo e confessa que gosta de receber flores e que o seu marido as rouba da sua estufa.

Margarida Guedes, 54 anos, é florista e proprietária da loja Rosa Branca, no centro comercial Olival Parque, no Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira. Licenciada em assessoria de administração, abriu o espaço em 2018 depois da empresa onde trabalhava há três décadas ter feito um despedimento colectivo. Para além de florista trabalha como assessora administrativa na Associação Portuguesa de Psicogerontologia, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem ganho várias distinções pela forma como dá resposta às necessidades das pessoas mais idosas.
A paixão por flores acompanha-a desde criança, mas foi em 2012 que começou a pô-la em prática ao fazer arranjos por diversão para decorar mesas de Natal de familiares e amigos. Mais tarde também se voluntariou para decorar o altar da Igreja Paroquial da Póvoa de Santa Iria e os andores nas festas e procissões.
Para Margarida Guedes o Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, é uma data que devia ser assinalada todos os dias sem pruridos porque todas as oportunidades são boas para demonstrar amor pela cara-metade, mas também pelos amigos e pela família. A empresária garante a O MIRANTE que cada vez mais mulheres aparecem para comprar flores para os seus companheiros. No entanto, os homens ainda estão em maioria e, regra geral, têm mais de 40 anos e costumam comprar rosas vermelhas para oferecer. Margarida Guedes ressalva, contudo, que a cor do amor é o violeta e que o vermelho das rosas simboliza a paixão. “Costumo explicar este conceito aos meus clientes e eles acabam por levar tulipas”, admite, acrescentando que este dia é bom para o negócio, tal como o Dia da Mãe ou a época natalícia.
Tratar de arranjos para funerais também faz parte do dia-a-dia da florista, que considera ser uma forma de demonstrar fisicamente, pela última vez, o amor que se sente por uma pessoa. Lidar com a dor dos clientes numa altura de perda, afirma, obriga-a a trabalhar com mais dedicação e paixão. Margarida Guedes, em jeito de desabafo, conta a O MIRANTE que perdeu o marido há cerca de duas décadas, mas gosta de dizer a toda a gente que é “uma mulher sortuda por ter vivido com um homem carinhoso, romântico, atencioso e sempre disposto a dizer o quanto era feliz”.
Nas despedidas, Margarida Guedes conta a história de um senhor idoso que uma vez por mês vai à sua loja comprar flores para a “eterna namorada”. “Cada vez é mais difícil encontrar pessoas, principalmente jovens, que assumam o amor como algo que deve ser preservado e alimentado todos os dias”, lamenta.

“O MEU MARIDO ROUBA FLORES PARA ME DAR”
Maria da Graça é produtora de flores há mais de quatro décadas no Frade de Baixo, concelho de Alpiarça, e há cerca de 20 anos decidiu abrir uma loja de venda ao público, a florista “A Nela”. Maria da Graça conta a O MIRANTE que este Dia de São Valentim não foi dos melhores em termos de vendas porque, considera, a oferta de flores já está fora de moda.
A rosa vermelha continua a ser a escolha preferida, embora também haja clientes que optam por comprar buquês campestres, com mistura de várias flores, e algumas plantas de vaso. A empresária lamenta que os casais mais jovens tenham perdido a tendência de oferecer flores como símbolo do amor e paixão e acrescenta que também as mulheres podiam investir mais neste gesto porque “os homens também gostam de receber flores”.
Apesar de conviver com flores todos os dias há várias décadas Maria da Graça não se cansa de as receber e confessa que é uma das melhores prendas que o marido lhe pode oferecer. “Ele chega a roubar flores da estufa para me oferecer, ao mesmo tempo que me diz umas palavras bonitas”, conta, em jeito de brincadeira.
O negócio de Maria da Graça não vive só de momentos felizes e de flores para a cara-metade. A lojista explica que é difícil atender os pedidos para fazer as coroas de flores para funerais. “É uma situação muito delicada e difícil de lidar quando estamos a atender algum cliente que acabou de perder um ente querido. Nessas alturas não faço perguntas, mas tenho todo o gosto em ser confidente e deixar as pessoas desabafar a dor que sentem”, afirma.

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