Sociedade | 13-04-2022 10:33

Semana Santa de Sardoal recria cenários de fé e tradição

Semana Santa de Sardoal recria cenários de fé e tradição

Milhares de pessoas são esperadas na bonita vila do norte do Ribatejo.

Milhares de pessoas são esperadas nos próximos dias no Sardoal para as celebrações da Semana Santa, uma tradição que resiste ao tempo unindo moradores e instituições do concelho na recriação de cenários de fé e cultura.

A Semana Santa do Sardoal apresenta as igrejas e capelas enfeitadas com pétalas de flores, ao mesmo tempo que decorrem várias procissões, com a dos Fogaréus, na noite de quinta-feira, a ser a mais participada.

“É um cenário de fé e tradição que reflete a devoção histórica desta comunidade”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges (PSD), classificando como “peças únicas” os tapetes de flores naturais que enfeitam o chão dos templos no concelho.

Segundo o autarca, “são peças únicas que reflectem a devoção dos habitantes”. “Cada templo é decorado por uma equipa, por uma associação ou por um grupo de habitantes que se oferece para o efeito”, acrescentou.

Miguel Borges adiantou que as tarefas de ornamentação das igrejas e das capelas “prolongam-se por toda a noite de quarta-feira, envolvendo cristãos e não cristãos, agnósticos, não praticantes, jovens e gente de todas as idades”, num período que une as pessoas do concelho.

“Os valores da fé e da tradição assumem nesta época características que nos diferenciam de outras comunidades e regiões porque, muito para além do religioso, são pilares da nossa história, da nossa cultura e são também referências muito fortes na população do nosso concelho”, disse, tendo destacado “uma altura de partilha, de grande convívio e de reencontro de fé, para quem é crente, mas também reencontro das famílias e dos amigos”.

Envolta em ambiente de algum misticismo, refletido no silêncio da multidão ao longo de todo o percurso, a Procissão do Senhor da Misericórdia (ou Fogaréus), que vai decorrer na quinta-feira, às 21h30, “é a manifestação religiosa de maior relevo e impacto pela multidão de pessoas que nela participam”, destacou ainda Miguel Borges.

Durante esta procissão, a electricidade da rede pública é desligada nas artérias por onde passa o cortejo, apenas iluminadas pela luz de velas, archotes e candeias. Centenas de lanternas de vidro são colocadas acesas nas janelas das casas, varandas e sacadas ao longo do percurso e milhares de lamparinas de azeite e cera seguem ao compasso das marchas fúnebres da Filarmónica União Sardoalense.

A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Sardoal conduz o cortejo envergando capas negras e os seus membros seguram painéis com imagens que representam cenas da Paixão de Cristo e grandes archotes a que chamam, pela sua antiguidade, fogaréus.

Depois da Procissão do Senhor da Misericórdia ou Fogaréus, no dia seguinte, sexta-feira, às 19h00, a vila de Sardoal acolhe a Procissão do Enterro do Senhor. As Irmandades da Vera Cruz e a do Santíssimo Sacramento participam nesta celebração que termina com o Enterro de Cristo, na Igreja Matriz. Domingo de Páscoa, às 09h00, inicia-se a Procissão da Ressurreição.

Durante a Semana Santa, as ruas da vila são atapetadas com flores e verduras e nas janelas de muitas casas são penduradas colchas, criando um ambiente solene e festivo

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