A empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) lançou recentemente o concurso da empreitada para a supressão da passagem de nível da Linha do Norte em Assacaias, nos arredores de Santarém, uma obra há muito reclamada por autarcas e população. A passagem de nível vai ser substituída por uma variante rodoviária com cerca de um quilómetro de extensão.

Tal como refere o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, esta é uma obra de extrema importância para todos os utilizadores da estrada nacional que liga Ribeira de Santarém a Alcanhões, que passam muito tempo retidos na passagem de nível devido à muito movimentada circulação ferroviária.

O concurso público foi publicado em Diário da República no dia 28 de Dezembro 2021. O valor base da empreitada é 1.750.000 euros e o prazo previsto para execução da obra é de 270 dias. Trata-se de um projecto que é falado há cerca de duas décadas sem nunca ter saído do papel, apesar das promessas e declarações e intenções manifestadas ao longo do tempo.

Passagem de nível do Peso fechada há quase dois anos

Essa é uma das passagens de nível problemáticas na Linha do Norte no concelho de Santarém. Outra que carece de solução é a passagem de nível do Peso, igualmente nos arredores da cidade, encerrada desde Abril de 2020, quando ali se deu um segundo acidente mortal no prazo de quatro anos, envolvendo um camião e um comboio.

Na última sessão da Assembleia Municipal de Santarém, a bancada do Chega pediu um ponto da situação sobre esse processo, tendo o presidente da câmara respondido que a solução compete à Infraestruturas de Portugal. Ricardo Gonçalves adiantou que vai pedir uma reunião à nova administração da IP, esperando que “seja mais sensível” em relação à necessidade de resolução célere desse problema.

Tal como O MIRANTE relatou, em reportagem publicada em Outubro de 2020, os agricultores com propriedades nos campos das Caneiras, nos arredores de Santarém, queixam-se dos enormes prejuízos que o encerramento da passagem de nível do Peso lhes trouxe. Com a interdição daquela passagem rodoviária, são obrigados a percorrer o dobro dos quilómetros com os reboques carregados de produtos. A população fica também sem um importante acesso alternativo, caso as águas do Tejo subam e deixem intransitável a principal ligação a Santarém, pelas Ómnias.