Tejo Ambiente prepara-se para o futuro com novas medidas de gestão
Empresa intermunicipal que abrange seis municípios do Médio Tejo já pode trabalhar em cima do novo Estudo de Viabilidade Económica e Financeira e colocar um ponto final nos resultados negativos que a Tejo Ambiente tem tido nos primeiros dois anos de actividade.
A Tejo Ambiente, empresa intermunicipal de abastecimento de água, saneamento e gestão de resíduos, constituída por seis municípios do Médio Tejo, apresentou o novo Estudo de Viabilidade Económica e Financeira (EVEF), já com parecer positivo vinculativo e obrigatório da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. O documento pode ser o início de uma nova realidade para a empresa que tem dado prejuízo desde a sua criação em 2019.
A apresentação decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho de Tomar. O presidente do conselho de administração, Luís Albuquerque, falou sobre a actividade da Tejo Ambiente e reconheceu as falhas existentes no primeiro EVEF, que têm vindo a contribuir negativamente para os resultados da empresa nos dois últimos anos. Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, encerrou a sessão lembrando que todo o investimento efectuado nos seis municípios só foi possível graças à constituição da Tejo Ambiente, que garantiu cerca de 14 milhões de euros de financiamento europeu. A autarca salientou que é importante todos contribuírem para a sustentabilidade ambiental e social dos serviços públicos e garantiu que os municípios se mantêm unidos e comprometidos com o projecto Tejo Ambiente.
Recorde-se que a Tejo Ambiente entrou em actividade em 2020 com base num EVEF de 2016. Com base nesse documento as tarifas de água baixaram em dois municípios, o que se tem reflectido nas contas. A situação vai obrigar a aumentar os valores cobrados pela água, pelo menos nesses concelhos. Mesmo com prejuízo, este é menor do que quando esses serviços eram garantidos pelos municípios.
No primeiro ano de actividade os municípios suportaram o prejuízo de cerca de 2,2 milhões de euros. No entanto, conforme explicou Luís Albuquerque a O MIRANTE em edição anterior, antes da criação da empresa os municípios de Tomar, Ourém, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha somavam no conjunto um passivo de cerca de quatro milhões de euros com o fornecimento de água, saneamento e resíduos. Luís Albuquerque estima mesmo que “se não fosse criada a empresa o prejuízo actualmente para os municípios seria de pelo menos seis milhões de euros”.