Sociedade | 18-09-2022 17:59

Tomar aposta nas energias renováveis com hidrogénio verde

Presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, quer criar uma comunidade de energia renovável, juntamente com o poder local e empresas do concelho, como um cluster de produção de hidrogénio

Criar uma comunidade de energia renovável com as empresas locais e afirmar Tomar como um cluster de produção de hidrogénio estão entre as prioridades da autarquia para alavancar o desenvolvimento sustentável no concelho. O anúncio foi feito pela presidente da câmara, Anabela Freitas, que aproveitou também a Conferência “Crescimento e Sustentabilidade em Tomar”, para lançar farpas à falta de união no Médio Tejo.

Para fazer face à escalada dos preços do gás e da electricidade a Câmara de Tomar quer que as empresas do concelho e o poder público local falem a uma só voz com o objectivo de criar uma “comunidade de energia renovável”. A criação desta comunidade unida por uma estratégia comum para a sustentabilidade energética está a ser discutida em reuniões entre a autarquia e o tecido empresarial, adiantou a presidente da câmara, Anabela Freitas, na Conferência Crescimento e Sustentabilidade em Tomar, que decorreu a 7 de Setembro, no Complexo Cultural da Levada.
Numa primeira fase a comunidade de energia renovável destina-se às empresas localizadas no Parque Empresarial de Tomar (PET), mas há planos para se estender a outras companhias do concelho no futuro, avançou. Segundo a presidente, Tomar prepara-se para receber fundos comunitários para financiar a criação de um cluster de produção de hidrogénio verde especialmente vocacionado para a indústria da mobilidade. O facto de se inserir num território abrangido pelo Fundo para uma Transição Justa, que visa atingir a neutralidade climática na União Europeia até 2050, e a proximidade com a antiga central a carvão do Pego, em Abrantes, cujo projecto de reconversão inclui energia solar, eólica e hidrogénio verde, são mais-valias para Tomar se poder afirmar como uma “região de hidrogénio”, defendeu Anabela Freitas.

Veto à expansão do Parque Empresarial de Tomar irrita presidente
A líder do município queixou-se de falta de poder para responder aos desafios de sustentabilidade do concelho. “Os cidadãos elegem o presidente de câmara, mas quem manda no território é um conjunto de entidades como as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional [CCDR], a Agência Portuguesa do Ambiente ou a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural”, criticou Anabela Freitas, que não aceita o chumbo da expansão do PET, proposta no Plano Director Municipal, aprovado no início do ano. De acordo com a autarca, o projecto foi rejeitado por haver junto à zona empresarial “uma faixa de 100 metros de Reserva Agrícola Nacional”. Reconhecendo a importância de existirem regras para o ordenamento do território e a preservação dos recursos Anabela Freitas questionou, contudo, se “faz sentido manter o que foi classificado há 30 ou 40 anos numa realidade completamente diferente” e sublinhou que o executivo municipal “não desistiu e vai voltar à carga” com a reformulação do projecto de alargamento do PET.

Médio Tejo não é uma região
Para pressionar o poder político central nesta e noutras matérias “urge” incentivar as sinergias entre concelhos vizinhos, argumentou a autarca. Incumbida de presidir à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), na qualidade de presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas não poupou nas críticas à ausência de uma estratégia integrada no Médio Tejo. “O Médio Tejo não é uma região, é um agregado de 13 municípios para efeitos de captar financiamento comunitário”, lamentou, considerando que “ainda há muito por fazer”, nomeadamente em termos de mobilidade, mercado de trabalho e habitação. A líder da autarquia terminou a intervenção apelando a uma maior união entre os municípios do Médio Tejo: “um investimento na Barquinha é bom para Tomar e vice-versa e o mesmo se aplica aos restantes concelhos”, sublinhou.

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