Sociedade | 19-04-2022 18:00

Tomar trabalha para dar autonomia e ser exemplo de empreendedorismo social

Conferência serviu para partilhar histórias de vida de quem não se resigna às limitações e às dificuldades – FOTO – CM Tomar

Escola Secundária Jácome Ratton recebeu uma conferência onde foram partilhadas histórias na primeira pessoa de quem não se resignou às suas limitações e luta diariamente para tornar a sua vida e a dos outros mais autónoma e activa.

O auditório da Escola Secundária Jácome Ratton foi palco da sessão “Tomar Inovação Social” para apresentar o programa “Portugal Inovação Social” e alguns dos projectos sociais que estão a ser desenvolvidos no concelho. A conferência também serviu para partilhar histórias de vida de pessoas que não se resignaram às suas limitações e lutam diariamente por uma vida o mais autónoma possível.
Depois do discurso de boas-vindas protagonizado pelo director do Agrupamento de Escolas dos Templários, Paulo Macedo, a troca de ideias começou com a intervenção de Alexandra Neves, da equipa técnica do Portugal Inovação Social, que explicou que o programa se destina a apoiar empreendedores sociais com financiamento comunitário a 70%. O valor remanescente fica a cargo de um investidor social. A responsável referiu que os projectos têm que ter vários actores e que, para que avancem, os empreendedores devem aliar a paixão ao estudo aprofundado da matéria.
Na sessão estiveram presentes dois empreendedores sociais. Rute Galvão, da Associação de Saúde Mental do Médio Tejo, apresentou o projecto “IntegrativaMente”, cujo investidor social é a Comunidade Intermunicipal, que tem como lema “mais do que cuidar, capacitar”. O objectivo é dar condições à população do Médio Tejo para ter maior autonomia na sua vida.
Filipa Fernandes, vereadora com o pelouro da Acção Social, salientou a importância do projecto numa altura em que a pandemia e a guerra têm contribuído negativamente para a saúde mental da população. A autarca apresentou também dois embaixadores tomarenses para a área social: Helena Rico que, apesar de se deslocar numa cadeira de rodas, é uma activista da mobilidade e presença constante em actividades culturais no concelho; e Tiago Silva, estudante na Escola Jácome Ratton, a quem o facto de ter nascido sem pernas nunca impediu de realizar actividades com a energia que o caracteriza e de praticar natação.

Acidente de mota deixou-o tetraplégico aos 16 anos
Salvador Almeida, fundador e presidente da Associação Salvador, também marcou presença para partilhar a sua história. No dia 2 de Agosto de 1998 um acidente de mota deixou-o tetraplégico. Tinha 16 anos e adormeceu a conduzir depois de uma noite na discoteca com álcool à mistura. Depois de diagnosticada lesão medular, o que significava que iria ficar tetraplégico, o primeiro confronto com a realidade foi muito duro.
À medida que processava a nova realidade arranjou mecanismos para lhe fazer frente. Actualmente tem como missão capacitar as pessoas com deficiência para poderem ter uma vida activa, num país em que se estima que um milhão de pessoas tenha alguma deficiência e a maior parte delas não saia de casa.
No âmbito da Inovação Social, a Associação Salvador implementou o programa “+Acesso para todos – Por comunidades mais inclusivas”, de que o município de Tomar também é parceiro. “As pessoas com deficiência não devem ser vistas como coitadinhas, mas também não como heróis. São cidadãos iguais aos outros que, como todos nós, têm características próprias e necessidades específicas”, sublinhou.

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