Sociedade | 20-05-2022 12:00

Utentes de Azambuja reclamam por médicos e melhor gestão das unidades de saúde

Armando Martins

Movimento cívico diz que há apenas um terço dos médicos necessários em Azambuja e que a má gestão do centro de saúde tem contribuído para a falta de recursos humanos. O porta-voz Armando Martins levou as preocupações e um abaixo-assinado com 3.500 assinaturas à ministra da Saúde.

O Movimento Cívico pela Saúde em Azambuja recolheu 3.500 assinaturas num abaixo-assinado que foi entregue na quinta-feira, 12 de Maio, à ministra da Saúde, Marta Temido, onde é reivindicada a colocação de mais médicos de família nas unidades de saúde do concelho de Azambuja.
Segundo o porta-voz do movimento cívico, Armando Martins, o concelho tem apenas um terço dos médicos de família que deveria ter, ou seja, “estão ao serviço apenas quatro médicos quando deveriam estar 13”, de acordo com o rácio médico-utente. “Este é um problema que dura há demasiado tempo e que leva a que as urgências do Hospital de Vila Franca de Xira fiquem sobrecarregadas com situações que podiam ser tratadas num centro de saúde”, disse a O MIRANTE, acrescentando que a ministra da Saúde adiantou que vai ser aberto um novo concurso para contratar médicos até final do ano e que a partir de Junho estarão formados 34 novos médicos com a especialidade de medicina geral e familiar.
Na reunião com Marta Temido, na qual também estiveram presentes o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, a presidente da Assembleia Municipal de Azambuja, Vera Brás, o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, e a vereadora com o pelouro da Saúde, Ana Coelho, o movimento abordou ainda problemas como o mau serviço prestado pelo pessoal administrativo no atendimento ao utente, a falta de ar condicionado no Centro de Saúde de Azambuja e queixas sobre a demora no “arranjo de quatro casas-de-banho que levou anos”.
Armando Martins lembrou no encontro que decorreu no gabinete da ministra que o presidente da ARS “prometeu que iria dar formação aos funcionários” para que o atendimento fosse melhorado, mas que “até hoje não aconteceu”. Além disso, acrescentou, o Centro de Saúde em Azambuja tem “problemas graves ao nível da gestão e liderança, o que faz com que os médicos já nem queiram concorrer” para essa unidade.
Para o responsável seria importante que a tutela tomasse medidas para ajudar a fixar os médicos de família, pois ao nível local o que tem sido feito acaba, infelizmente, por não funcionar. É o caso, explicou, dos balcões Saúde 24 que algumas juntas de freguesia estavam dispostas a implementar, mas que “não funcionariam porque o centro de saúde não tem capacidade para dar esse apoio”.
Daqui a dois meses, acrescentou, se não houver melhorias nas unidades de saúde do concelho, ao nível da gestão e dos recursos humanos o mais provável é o movimento avançar com uma manifestação, que poderá ocorrer em Azambuja, sob a forma de marcha lenta na Estrada Nacional 3 ou em Lisboa junto ao Ministério da Saúde.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1657
    27-03-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo