O executivo da Câmara de Tomar aprovou o início do processo que visa a elaboração de um plano de urbanização para a zona das Avessadas, uma área onde estão inseridos, por exemplo, o Hospital e o Instituto Politécnico de Tomar. A alteração de plano de pormenor para plano de urbanização prende-se, segundo Hugo Cristóvão (PS), vice-presidente da autarquia, com a necessidade de criar um documento mais simples e que não implique um conjunto de regras que o tornem inexequível. “Este plano de urbanização pretende ser um instrumento de gestão de território e deve servir os investidores e a população existente ou que queira vir residir para o nosso concelho”, disse, durante a sessão camarária de 7 de Fevereiro.
O autarca lembrou que um plano de pormenor não deve ser realizado para uma área tão vasta como é o caso das Avessadas. O plano está em vigor desde 1999 e os serviços municipais estão agora a trabalhá-lo para o manter como área habitacional baixando, no entanto, o índice de construção que era completamente “fantasioso”, explicou. Para o vereador socialista, as regras que o plano de pormenor obrigava, nomeadamente a necessidade de entendimento entre vários proprietários e a construção de vários fogos de uma só vez era um entrave para a realização das empreitadas. “É muito difícil que em Tomar um investidor queira fazer centenas de fogos e gastar milhões de euros de repente”, reforçou, acrescentando que os planos de pormenor que não foram concluídos até Janeiro deste ano tiveram de ser extintos. “Tivemos o cuidado de colocar no Plano Director Municipal (PDM) a revisão deste documento. Se não o fizéssemos aquela área deixaria de ser urbanizável e passaria a terreno rústico para plantar batatas”, assegurou.
Hugo Cristóvão recordou que fazer um plano de pormenor é uma decisão da câmara, mas que alterá-lo depende de várias entidades. O autarca lembrou ainda que os planos urbanísticos levam muito tempo a serem concretizados, muito mais quando o município tem uma equipa pequena composta por uma arquitecta e dois engenheiros. “Estamos a trabalhar no Plano de Pormenor do Flecheiro, noutro que contempla a zona das traseiras do antigo centro comercial, no Plano de Pormenor de Vale dos Ovos e no do centro histórico. É muito trabalho para uma equipa tão pequena”, sublinhou.
A vereadora na oposição Lurdes Fernandes (PSD) salientou a necessidade de ser do conhecimento público quais os objectivos do projecto devido à importância daquela zona que contempla serviços ligados ao comércio, saúde e educação. A autarca sugeriu que seja construído um espaço urbano moderno, com espaços verdes e sustentável, para não ficar entregue apenas a espaços comerciais.