Sociedade | 21-06-2022 18:00

Vão continuar a faltar polícias nas esquadras da região

Comissário Nuno Ponciano, comandante da PSP do Entroncamento. Superintendente Paulo Quinteiro, comandante distrital da PSP de Santarém fotosDR

Há menos jovens a procurar a carreira policial e muitos agentes vão reformar-se nos próximos tempos. Comandante distrital da PSP diz que é imperioso fazer uma melhor gestão dos efectivos porque nos próximos anos não vai haver capacidade para reforçar as esquadras.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) do Entroncamento tem conhecimento dos ‘ralis’ que se fazem durante a noite em algumas ruas da cidade, sobretudo na zona do Bonito, mas não existem agentes suficientes para um policiamento mais assertivo e eficiente. “Há dois elementos da PSP que vão no carro patrulha ao local e levantam os autos. O problema é que os infractores não são apanhados em flagrante delito e sem isso é impossível tomar outras medidas”, esclareceu o comandante da Esquadra da PSP do Entroncamento, comissário Nuno Ponciano, durante uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Entroncamento, que decorreu na noite de 3 de Junho, para debater a segurança no concelho.
Nuno Ponciano assumiu que lhe custa estar, “sistematicamente”, a colocar os seus agentes a trabalharem 12, 16 e até 18 horas por dia por falta de efectivos. “Eles aguentam durante algum tempo mas não aguentam o tempo todo e também têm direito às suas folgas”, sublinha o comissário.
Esta é uma preocupação que vai ao encontro das palavras do superintendente Paulo Quinteiro, comandante distrital da PSP de Santarém, que alerta para a necessidade de fazer uma melhor gestão dos efectivos existentes porque nos próximos anos não vai haver capacidade para reforçar as esquadras do distrito.
“Na última década do século passado entravam cerca de dois mil alunos por ano no curso de polícias. Agora são cerca de mil que vão terminar o curso em Setembro. E existe a agravante de que temos muitos agentes que se vão reformar no próximo ano. O Entroncamento e todas as cidades do distrito onde existe esquadra da PSP têm os efectivos que se pode ter”, afirma Paulo Quinteiro.
Durante a assembleia municipal extraordinária também se abordou a possibilidade do concelho do Entroncamento vir a ter um sistema de videovigilância. O comandante da PSP do distrito de Santarém vê com bons olhos essa tecnologia. “Da nossa parte não haverá objecção a essa implementação”, esclarece. Segundo dados apresentados, a criminalidade violenta ou grave baixou nos últimos anos, tanto no concelho do Entroncamento como no distrito de Santarém.

Esquadra da PSP no Entroncamento não é digna
O comissário Nuno Ponciano admitiu que a esquadra da PSP no Entroncamento “não é digna” para quem lá vai nem para quem lá trabalha, assim como a sala de atendimento à vítima não tem as condições que deveria ter. “Já há 30 anos não tinha as melhores condições de trabalho”, referiu.
Recorde-se que a nova esquadra da PSP do Entroncamento teima em não sair do papel por estar presa em burocracias. O protocolo de colaboração entre a Câmara do Entroncamento e o Ministério da Administração Interna (MAI), assinado em Janeiro de 2019, para construção da nova esquadra caducou.
O presidente do município, Jorge Faria (PS), informou o restante executivo municipal, em sessão camarária, que assinou um novo protocolo para que se possa avançar com o projecto, uma ideia que se arrasta há cerca de 20 anos. O autarca garantiu que o projecto está fechado e que a verba respectiva vai ser incluída no Orçamento de Estado que será aprovado em breve. O presidente da Câmara do Entroncamento acredita que a obra vai avançar ainda este ano.

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