Perante as crescentes dificuldades que estão a ser sentidas pelos utentes no acesso aos centros de saúde e ao hospital do concelho, a Câmara de Vila Franca de Xira está a avaliar juntamente com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) a possibilidade de criar os seus próprios balcões SNS24 para ajudar a redistribuir a procura da população.
Os novos balcões SNS24 funcionariam nos locais de atendimento municipal, como a Loja do Cidadão, e o objectivo passaria por permitir aos utentes tratar neles, de forma mais rápida e cómoda, processos como a marcação de consultas ou formalizar os pedidos para receituário de doenças crónicas.
“Estamos também em contacto com as juntas de freguesia. Acreditamos que poderia facilitar a vida aos utentes, que em vez de irem ao centro de saúde tratar de toda a papelada nós poderíamos auxiliar”, explica o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira. O autarca diz que apesar da saúde não ser uma competência municipal, esta quer ser facilitadora de uma melhoria no atendimento na saúde, em particular com as crescentes queixas que têm sido sentidas e a anunciada reforma de vários profissionais de saúde que terão lugar até ao final do Verão. “Estamos a preparar-nos para lançar este projecto em breve”, anuncia.
Esta não é a primeira tentativa feita no concelho recentemente para aliviar a grande procura de utentes nos centros de saúde. Para acabar com as queixas de que ninguém atendia os telefones nos centros de saúde entrou em funcionamento, em Novembro de 2021, na Unidade de Saúde Familiar de Vialonga um novo Sistema de Atendimento e Resposta Ágil (SARA), que tentava revolucionar a forma como os utentes entravam em contacto e que passava pelo registo da chamada inicial do utente e a devolução da chamada por um profissional. Por semana são registadas mais de 800 chamadas para aquela USF, a maioria a pedir consultas de urgência. Só na USF de Vialonga são atendidas presencialmente mais de 1.800 utentes por semana, num universo de 20 mil.
Em Maio Fernando Paulo Ferreira esteve reunido com a ministra da Saúde, Marta Temido, tendo apelado a uma melhoria urgente dos serviços de saúde no concelho, mas não saiu optimista quanto ao futuro. “Disse-nos que a falta de médicos é transversal a todo o país e por isso vamos ter que continuar a tentar encontrar soluções”, disse.